- “Salva-nos da hora do julgamento e livra-nos do mal”
Mat 6:13 E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.”
Outra tradução diz: “E salva-nos da hora do julgamento, e livra-nos do mal.”
Acredito que todos aqui concordam que a vida cristã não é nenhum porto seguro, livre de tempestades e lutas. Nós, membros deste reino da promessa, estamos com Cristo em guerra contra as potestades e principados. Nós somos, então, aqueles que oram para serem salvos. Neste ponto da oração do “Pai Nosso” nós reconhecemos nossa impotência e o fato de que nada podemos fazer sem Deus.
Mat 8:23-25 23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 24 E eis que, no mar, se levantou uma tempestade tão grande, que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo. 25 E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos.
Nós, cristãos, somos aqueles que oram para serem salvos. Quando nós oramos a Deus para nos salvar, nós não estamos pedindo por uma mudança na nossa auto-estima, alguma nova maneira de sentir-nos bem com nós mesmos, algo para trazer um pouco mais de animo para nossas vidas. Salvação em Cristo é ser adotado (batismo), é tornar-se membro de um povo, Israel e a igreja. Eu realmente acredito que se nós não fizéssemos parte deste povo nós não poderíamos ser salvos.
Então quando a igreja possui opinião sobre como você deve gastar seu dinheiro, como você deve manter relação sexual, como votar, como deve ser um casamento e como criar os seus filhos, isto faz parte da salvação. Você não está simplesmente sendo salvo de ambição pessoal ou licenciosidade, você está se tornando um membro do povo de Deus.
Note que nós não oramos “Salva-me”. É, “Salva-nos”. Certamente, o “me” está incluído no “nos”. Assim como nós começamos está oração dizendo, “Pai nosso”, então aqui nós descobrimos novamente que estamos sendo incluídos num drama muito maior (salvação) que é mais determinante de quem nós somos e do que fazemos parte do que qualquer pensamento individualista. Você se une a todos os santos através dos séculos que tem tido as suas vidas transformadas, apropriadas, entregues e santificadas pelo amor de Deus em Cristo. Como os discípulos em Mateus 8, nós estamos todos no mesmo barco, sendo jogados para todos os lados por uma tempestade que não é de nossa criação, orando, “Senhor, salva-nos! Livra-nos!”
Efésios 6:18-20 18 orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos 19 e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho, 20 pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar.
Palavras como “salvação” e “julgamento” ou “tentação” e “livramento” são palavras de crise. Elas nos lembram que orar esta oração significa ser lançado para o meio de uma guerra universal, não feita de armas convencionais humanas, mas espirituais e poderosas. Neste ponto a temperatura sobe na oração que nosso Senhor Jesus nos ensinou. As coisas no mundo não estão indo bem. É como se algo, alguém tivesse esquematizado algo contra Deus. Você ora esta oração cheio de fé, tentando alinhar sua vida com ela, e quando você menos espera, é como se você estivesse sob um assalto.
Com qual freqüência é a salvação apresentada como um tipo de solução útil à todas as coisas que nos afligem. “Solitário?” Venha para Jesus e tenha isso resolvido. “Sem dinheiro?” Venha para Jesus e seja próspero. “Alcoólatra?” Venha para Jesus e seja liberto de seus vícios. “Confuso?” Junte-se a igreja e encontre todas as respostas. Em tal apresentação do evangelho, salvação é a resolução de todos os seus problemas, a maneira para se dar jeito em tudo que lhe aflige.
Mas esta petição, na qual nós buscamos salvação, livramento e ajuda para a hora do julgamento, nos lembra que salvação em Cristo é uma aventura, uma jornada, um drama (acontecimento) maior. Orar esta oração é o começo dos problemas que nós nunca teríamos, tivéssemos nós nunca conhecido a Jesus e sido alistados com o povo de Cristo. Orar esta oração é entrar em guerra. As forças do maligno não abandonam seu território sem que antes provoquem uma árdua luta e, em tornar-se salvo, o território recém conquistado por Deus é nada menos que você.
Você se torna um campo virtual de batalha onde o Deus vivo luta contra as potestades. Assim, fazer esta oração é um pouco como entrar em uma guerra:
Efésios 6:10-13 10 No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. 11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; 12 porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. 13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
Em orar que Deus não “nos salve da hora do julgamento,” que Deus não “nos deixe cair em tentação”, pedimos que Deus não nos torne vulnerável às potestades que se levantam contra a vinda do Reino de Deus (algo que nós pedimos no início da nossa oração “venha a nós o teu reino”). O que você pede a Deus ao orar por ser salvo, não é simplesmente “senhor, livra –me das minhas faltas pessoais, das minhas manias, das minhas pequenas tentações e pecadinhos. Você se coloca contra ao que chamamos de “potestades e principados”. O maligno é algo grande, cósmico, organizado, sutil, penetrante e real. As potestades nunca se apresentam como más e coercivas. As potestades sempre se mascaram de liberdades que nós merecidamente achamos que conquistamos ou graciosamente fomos oferecidos, ou ainda como necessidades que nós não podemos viver sem.
Por exemplo, “a economia” é uma potestade. Nós fomos ensinados a acreditar que há uma realidade independente, autônoma que é chamada de “economia”, que é determinante em nossas vidas, que pode nos tornar mais felizes ou tristes, e a qual vale o nosso mais frenético esforço e profunda dedicação. “O mercado decidiu” nós algumas vezes escutamos e dizemos.
Outra potestade chamamos de “raça”, que nós descrevemos como uma realidade que determina o destino de uma pessoa, como uma pessoa irá se sair na vida, e é a fonte de todos os significados e valores. “Gênero” é outra potestade. O mundo nos diz que, quando face-a-face com as potestades, nosso principal trabalho é adaptar-se e ajustar-se. Depois de um bombardeio aéreo na guerra contra o Iraque, um general foi perguntado por que tantas pessoas foram mortas. A resposta dele, “Defesa nacional requeria isso”. Fim da discussão. Estas são potestades.
“A mídia” é uma das potestades mais fortes que existe. Apresenta-se como algo bom – afinal, nós precisamos da informação, não é mesmo? De manhã até de noite, “a mídia” nos alimenta com imagens, fatos, nomes, lugares e sons que determinam nosso ponto de vista. “A mídia” se oferece a nos dizer o que está acontecendo no mundo, o que é e o que não é. Nós chamamos a tudo isso de “notícia”. A notícia por sua vez determina nosso ponto de vista e procura estabelecer nossos valores e prioridades. Por exemplo, agora o mundo inteiro vai querer realizar casamento como o príncipe e a princesa da Inglaterra. Um jornal teve a seguinte manchete após o casamento: “poderá o príncipe e a princesa salvarem a Inglaterra?” Isto é salvação para o mundo, muitas vezes infelizmente, nós permitimos que esses valores contaminem nossos conceitos mais nobres e santos. Não nos confundamos, meus irmãos, saibamos discernir a manchete que foi inspirada por uma potestade. Nossa salvação veio numa cruz. O povo de Cristo é o povo que nada contra a correnteza.
Assim, no que você decide orar esta oração, você se alista numa batalha sobre “o que é”. O que é “notícia?” Quem define “realidade”? Através de quais metáforas e imagens nós descreveremos o mundo? Em qualquer semana, algo como 30 milhões de brasileiros atendem um culto de adoração em suas igrejas. Somente uma fração deste número vão aos cinemas. Ainda assim, quando você pega o jornal de hoje ou assiste ao noticiário na televisão não haverá qualquer menção sobre igreja. A maioria da conversa é sobre os filmes que estão passando e suas estrelas. Isso nos leva a questionar se Hollywood é mais importante do que Jerusalém. De uma certa maneira, as potestades fazem isso – nossas vidas estão nas mãos das imagens que a mídia nos oferece. Nós somos incapazes, por nós mesmos, de pensar sobre o que se passa no mundo fora das imagens que a mídia nos oferece. Requer um poder sobre-humano de nossa parte libertar-se das “potestades.”
Um autor que eu gosto muito relata sobre uma conversa que ele teve com alguns estudantes sobre política de uso do álcool no campus universitário onde ele é professor. “Nós precisamos ser livres para beber cerveja quando nós bem entendermos e o quanto nós quisermos, sem qualquer coerção vinda da administração da universidade”, disse o estudante. “Nós precisamos ser livres para fazer o que queremos fazer”.
Este professor refletindo sobre essa posição do aluno rebateu: – Infelizmente, “ser livres para fazer o que queremos fazer” é um assunto bem complicado e levanta questões mais prementes como, “Quem é você e o que você quer ser quando você crescer?” ou, “Como você sabe que isso que você chama de ‘liberdade’ somente lhe parece livre porque lhe falta a imaginação de conceber um estilo de vida diferente daquele que você está vivendo?” ou ainda, “Como você sabe o que você quer fazer quando você não tem ainda nem a menor idéia para onde você quer ir?”
Foi mostrado a estes estudantes que o consumo de cerveja entre os americanos adultos vem declinando nos últimos anos durante as duas décadas passadas – com exceção de um segmento da população adulta, jovens adultos, mais por volta da idade de estudantes universitários. “É por isso que você quase não vê alguém da nossa idade num comercial de cerveja!” disse este professor aos alunos (Eu acho que no Brasil talvez a história é um pouco diferente uma vez que o Brasileiro sai da casa de seus pais mais tarde, para agravar esse problema no Brasil, eu acho que nós sofremos de um tardio amadurecimento, demoramos a nos enxergar como adultos responsáveis, achamos que a vida é uma grande festa de carnaval, aliás outra grande Potestade em nosso país).
Mas a coisa mais surpreendente é que durante todo o tempo estes jovens estão se embriagando de cerveja e pensando sobre si mesmos como sendo livres para fazer o que querem, estes estudantes não passam de marionetes dos comerciais de bebida e da mídia que faz um bêbedo parecer bonito e engraçado. É a natureza das potestades (como economia, o mercado, o Estado, a mídia, a moda) que busca nos escravizar bem na liberdade que nós pensávamos desfrutar livremente. É bem naquela escolha que nós pensávamos fazer livremente que somos os mais escravos dos homens. Por isso Jesus nos ensinou a orar “mas livra-nos do Maligno”.
No ato de orar está oração, demônios são soltos. As potestades deste século iram-se contra tal oração, não suportam ver uma pessoa livre correndo solta que é capaz de se desfazer das correntes e passar a orar, “Pai nosso…salva-nos, livra-nos.”
Sabemos, por experiência própria, que uma mentira torna-se com efeito mais violenta quando despojada de sua pretensão e exposta como uma mentira. Então quando você ora para ser salvo, para ser livre da tentação, do julgamento, você passa a reconhecer que não está mais no controle do seu destino, que realmente há algo neste mundo que valha a pena resistir, que este mundo e suas recompensas não são o suficiente, e que você se reporta a um poder bem maior do que aquele que o mundo se prostra e adora. Satanás mascara-se como um anjo de luz e resiste em ser desmascarado. Prepare-se para uma batalha, meus irmãos. Enquanto a cidade do mundo é Hollywood, sua segurança é Wall Street, nossa cidade é a Nova-Jerusalém e nossa segurança é “esperar em Deus”.
Note que Paulo escreveu estas angustiantes palavras depois que ele se tornou um cristão, não antes. Antes ele era apenas uma marionete que servia a uma potestade, uma potestade chamada “religiosidade”:
Romanos 7:15-20 15 Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço. 16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17 De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. 19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim… 24 Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Assim, nós oramos pedindo para sermos salvos da hora do julgamento, para recebermos livramento do maligno. Obviamente, alguma coisa mais importante está ocorrendo aqui do que simplesmente uma mera afirmação de uma série de credos ou uma busca por significado de vida. Ser um Cristão não é acreditar nisso ou naquilo, apesar de que certamente nós acreditamos de maneiras bem especificas, não é adotar para si um conjunto de ismos (criacionismo, arminianismo, calvinismo …) ou oferecer suporte a determinados partidos (lá nos EUA na região onde eu vivi, penso que os cristãos realmente acreditavam que Deus era republicano). Ser cristão é tornar-se parte de um povo que tem aprendido que devem orar porque sabem que fazem parte de uma luta ferrenha. Somente em reconhecendo Jesus Cristo como Senhor, em se dobrar diante de um poder diferente que o de César, em louvar a Deus em vez da economia brasileira por nosso bem-estar, nós ameaçamos tudo o que está se voltando com tanta força contra Cristo.
Deus recusa-se em abandonar sua criação em conflito. Deus conclamou um novo povo, a partir da água e do Espírito os quais tem a responsabilidade de exemplificar para todas as pessoas como a cuidadosa providencia de Deus para com sua criação se manifesta através da igreja. Será que a Igreja deve se pronunciar somente diante de posições morais? Tenho percebido a enxurrada de manifestações vinda de cristãos contra a decisão do governo em admitir a união estável entre casal homossexual como se tal decisão pudesse ferir a igreja. “Tememos por nossos filhos” é o que muitos argumentam. Bem esse é de fato um assunto preocupante, mas por mais que se volte contra nossos princípios, se seguirmos fiéis os caminhos de Jesus, essa decisão em nada irá atingir a nossa família. Não esqueçamos que estamos acostumados em viver nesse meio. A igreja nasceu num ambiente pagão. Por outro lado quando um pastor evangélico bota dinheiro oriundo de propina nas meias, muitos que hoje se manifestam contra o liberalismo na nossa sociedade, calaram-se diante do acontecido. Aqui sim a Igreja deveria se manifestar em alto e bom som. Quando alguém usando a imagem de ser cristão para ser eleito é pego de maneira vergonhosa em flagrante é que a Igreja começa a sofrer.
Ou seja nós, a igreja do senhor temos a responsabilidade de ser um reflexo do “venha a nós o seu reino” não apenas no que diz respeito assuntos morais mas também assuntos de cunho político, ético e social. Deus não meramente criou o mundo, e então partiu, nos abandonando com nossos próprios métodos. Deus penetrou nossa esfera humana, Deus tornou-se parte da nossa história, intrometeu-se, continuou a criar e a lutar. Nós estamos numa batalha onde Deus guerreia contra os poderes do maligno. Apesar de sabermos com toda certeza e convicção como está batalha irá terminar – a cruz tornou claro para nós que os propósitos de Deus para a criação não serão derrotados – há ainda muitas batalhas para serem travadas.
Romanos 8:31-39 Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? 33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. 35 Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37 Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. 38 Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!
Nós não sabemos o que o futuro sustenta, mas nós sabemos quem segura o futuro. Sabendo disso, nós temos paciência no meio das lutas. Sabendo disso, nós vivemos nos bons tempos de Deus, nós podemos tomar tempo. O mundo vive pela história de que nossas vidas estão correndo em direção a sua conclusão, ao esquecimento da morte e dissolução. Nós precisamos então freneticamente trabalhar para fazer com que cada minuto conte – pois o mundo nos diz que nada conta a não ser aquilo que fazemos. O mundo procura nos convencer que as coisas estão numa bagunça terrível e que é de nossa conta colocar tudo em ordem ou as coisas nunca serão endireitadas. O mundo nos conta uma história de que todo o sofrimento, confusão, ou medo devem ser resolvidos agora através de um sério esforço humano, medicamentos, desenvolvimento econômico, ou tecnologia médica, ou então a vida está desgraçada. Violência é simplesmente o resultado natural da ausência da mensagem vinda da palavra de Deus que nos dá a liberdade de tornar-nos pacientes, tomar tempo.
Filipenses 4:4-7 4 Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos. 5 Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. 6 Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. 7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
No que oramos esta oração, nós é concedido a graça de fazermos algo bom no meio-tempo. Nós nos recusamos em permitir que os poderes nos apressem em desespero e falsa-esperança, conclusões prematuras ou ocupação frenética. Nós não estamos com pressa de termos as coisas resolvidas, trazidas a conclusão, terminadas e feitas porque nós sabemos que, em Jesus Cristo, Deus tem dado ao mundo todo o tempo que nós precisamos.
Leva tempo e paciência, a gradual aquisição da habilidade de assar o pão. E logo antes dessa petição, nós oramos pela paciência de fazer o pão de cada dia. Resistência e defesa contra os poderes pode levar a forma de um casamento, ter uma família, discipular e ser discipulado, educar um filho, assar o pão – tudo isso que requer esforço da comunidade, que exige tempo, paciência, e a aquisição de habilidades que não são naturais e normais. Você tem que fazer parte de uma comunidade (célula e celebração no nosso caso) e buscar poder e os recursos necessários para resistir às potestades.
Porque paciência é uma virtude com escassez de oferta no mundo de hoje, porque nós estamos tão confusos, emaranhados e às vezes, infelizmente, até mesmo comprometidos com as potestades, que nós precisamos suplicar, “livra-nos do mal”. Algumas versões da oração do Pai Nosso diz “livra-nos do maligno”. Assim a oração traz o sentido explícito que há uma conspiração contra o bom reino de Deus na qual uma personificação do mal (Satanás) faz sentido.
1 Pedro 5:8-9 8 Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 9 ao qual resisti firmes na fé.
Em orar a Deus para nos conceder livramento nós reconhecemos que Deus é maior que qualquer inimigo de Deus. As forças do maligno precisam ser admitidas e levadas a sério, contudo não tão a sério. Talvez seja por isso que, apesar da oração do Pai Nosso focar em julgamento, tentação e maligno, nunca menciona Satanás pelo nome. O mal é um poder ameaçador, ainda assim não passa de um poder derrotado. Apesar da batalha estar sendo travada, nós sabemos quem já venceu esta guerra, e o estamos adorando aqui nesta noite em gratidão pela vitória alcançada na cruz.
Quando nós oramos por livramento do mal, nós reconhecemos que nós não temos os recursos próprios para resistir ao mal. A oração do Pai Nosso é muito apropriada. As potestades que existem, são poderes sobre as nossas vidas. Na nossa fraqueza, nós buscamos e encontramos livramento. Não é assim que os Alcoólatras Anônimos declaram? “Nós temos que buscar poderes maiores que nós mesmos.” Note que uma das maneiras que os Alcoólatras Anônimos capacitam um membro a alcançar este “poder maior que nós mesmos” é por colocando este membro num grupo, numa comunidade. Esta é a principal maneira pela qual este poder intervém em nosso favor. A presença de Deus refletida na comunidade nos capacita a tornar-nos livres das potestades. Se ficamos sozinhos, como indivíduos isolados, não somos páreo para as potestades. Portanto, nós somos adotados pela comunidade (igreja) através da qual nossa oração “livra-nos do mal” é respondida.
Romanos 8:26-27 26 E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 27 E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.
Minha oração é que Deus nos conceda hoje e sempre um espírito de discernimento para percebermos as diversas batalhas em que estamos metidos e para recebermos dele as armas espirituais para esta guerra. Senhor, Pai nosso, salva-nos da hora do julgamento, e livra-nos do mal.