O poder transformador do Espírito Santo


O poder transformador do Espírito Santo

Pra. Claudia Marroques

Introdução

Acredito que todo cristão deve desejar o batismo com o Espírito Santo. Em todo o livro de Atos, vemos os feitos do Espirito Santo nos apóstolos e através deles. O enchimento do Espírito Santo transformou suas vidas de tal forma que sofrer por Cristo era um privilégio empolgante (Atos 5. 40 e 41). Todo cristão precisa dessa experiência. Não é possível ter uma vida plena na presença de Deus sem o enchimento do Espírito Santo.

Em atos 6:3 os doze apóstolos reuniram os demais discípulos e orientaram que escolhessem sete homens para servir as mesas e um dos requisitos é que fossem cheios do Espírito santo:

3 Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço;

 

Esse texto revela o quanto o enchimento do Espírito Santo é fundamental na vida do cristão para as realizações diárias (sejam simples ou complexas).

O Espírito Santo deseja que tenhamos uma vida abundante Nele, que vivamos em novidade de vida, que desfrutemos da sua presença e de todo o poder que nos foi outorgado.

E, é por isso que estudaremos um pouco mais sobre esta pessoa poderosa (Espírito Santo), cujo poder, transforma e aviva a igreja, concedendo-lhe um viver entusiasmado e abundante.

 

O poder que transforma

Se fizermos um passeio pelo livro de Atos veremos a mudança espantosa que aconteceu na vida dos apóstolos e consequentemente na vida de todos que foram alcançados pelo evangelho.

Pedro, por exemplo, era um homem simples, um pescador, sem instrução acadêmica, em seu primeiro discurso após ser batizado pelo Espirito Santo, ganhou quase três mil pessoas para Jesus (Atos 2.14-41).

Este mesmo Pedro que antes negara a Jesus, quando levado diante das autoridades, anciãos, escribas e sumos sacerdotes; falou cheio do Espirito Santo, com tamanha intrepidez a respeito de Jesus que deixou todos admirados e convencidos que de fato ele e João haviam estado com Jesus (Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus. Atos 4.13).

Ao contrário de antes, Pedro e João já não temiam por suas vidas. Ao serem ameaçados, responderam: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. Atos 4.19 e 20.

Em outra ocasião, os apóstolos foram levados novamente ao sinédrio e quando questionados pelo sumo sacerdote, “…Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens. Atos 5:29

Tamanha era a ousadia e determinação desses homens que mesmo depois de açoitados e mais uma vez ameaçados, “…se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome. E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. Atos 5:41-42

Milhares de pessoas (já chamados no livro de atos como igreja) tiveram suas vidas transformadas (Atos 4. 32), passaram a viver um estilo de vida diferente, sofreram perseguições, muitos foram presos e outros dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria (Atos 8.1-3) , no entanto, “os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” atos 8.4, curando enfermos e libertando oprimidos (Atos 8.5-7).

Grande era o poder de Deus manifestado através dos apóstolos. O sobrenatural já era algo natural no meio da igreja:

Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E costumavam todos reunir-se, de comum acordo, no Pórtico de Salomão. Mas, dos restantes, ninguém ousava ajuntar-se a eles; porém o povo lhes tributava grande admiração.

E crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor, a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles.

Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando doentes e atormentados de espíritos imundos, e todos eram curados.  Atos 5:12-16

A boa notícia é que este poder transformador continua disponível hoje. Se estudarmos a história da igreja observaremos que em épocas diversas a igreja pode experienciar este poder:

O livro de Atos registra a dimensão desse avivamento. Avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. E de lá para cá, são muitos os relatos da obra vivificadora do Espírito Santo na história da igreja, como por exemplo, na Alemanha com a Reforma Protestante do século XVI, na Inglaterra no século XVIII, entre os negros Zulus da África do Sul na década de 60 e na Coreia do Sul nestes últimos tempos, e o mais recente talvez seja o da década de 90 em Toronto, Canadá.

Nos Estados Unidos, em 1734. Havia uma consciência da necessidade de alcançar os não-crentes e fortalecer os já convertidos.  Jonathan Edwards (1703-1758), com sua simplicidade de vida e muita oração, exerceu grande impacto sobre as pessoas. George Whitefield (1714-1770) foi outro grande avivalista desse período. O resultado do trabalho desses homens foi milhares de conversões e o nascimento de muitas igrejas. Na Nova Inglaterra (EUA), numa população de 300 mil pessoas, houve entre 30 e 40 mil conversões. Houve fortalecimento moral nos lares, fundação de cursos teológicos e de obras sociais.

Já na Europa, várias ondas de grandes avivamentos começaram após a metade do século XVII. Em 1670, na Alemanha, o pastor Philip Spener organizou reuniões para estudo bíblico e oração nas casas. Surgiram obras sociais e um novo vigor espiritual veio sobre a igreja luterana. Fundaram-se muitos campos missionários.

O avivamento dos Morávios iniciou-se em 1727. Começaram a buscar ao Senhor em oração e, de repente, houve um derramar do Espírito sobre a igreja. Havia choro, quebrantamento e manifestações até entre crianças. Os morávios iniciaram um ministério de oração contínua que durou mais de 100 anos, 24 horas de oração diária e ininterrupta.

Na Inglaterra, John Wesley foi o instrumento de Deus para mudar a história da igreja. Homem de oração deu ênfase ao estudo bíblico. Opôs-se ao álcool, à guerra, à escravidão. Houve muitas conversões.

Já no século XIX alguns homens foram instrumentos de Deus para liderar grandes avivamentos:

Charles G. Finney foi poderoso na Palavra, na oração e no testemunho. Viveu nos Estados Unidos. Sob a influência de sua pregação, igrejas foram renovadas, nasceram novas comunidades, pessoas deixaram vícios, etc.

Charles H. Spurgeon (1834-1892) foi professor de crianças na EBD e viu muitos pais se converterem com o testemunho dos filhos. Spurgeon foi poderoso na pregação. Sinais e prodígios eram comuns em suas reuniões. Esse avivamento iniciou-se na Inglaterra e alcançou outros países.

Dwight L. Moody viveu de 1837 a 1899, nos Estados Unidos da América. Calcula-se que cerca de 500 mil pessoas se entregaram a Cristo por seu intermédio. Dedicou-se a EBD. Começou com 12 crianças e, em poucos anos, esse número chegou a 12 mil.

Trecho extraído do site: www. guiame.com.br

 

 

A bíblia diz em Hb 13.8 que Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente. E o mesmo Espírito que atuou na igreja primitiva também atua hoje. Creio que é desejo do Espírito Santo revelar o seu poder no meio e através da igreja.

Creio que a promessa de Jesus aos discípulos em Atos 1;8 “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”  também se aplica a nós nos dias atuais. Cabe a nós crê na promessa e buscar o batismo ou a renovação no Espírito Santo.

A música Reaviva do pr. Ricardo Garcia mostra a necessidade e ao mesmo tempo um desejo profundo pela presença marcante do Espírito Santo.

 

Características da igreja avivada conforme o livro de Atos

 

E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.

Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.

Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.

Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.

Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Atos 2:42-47

 

  • Desejo pela Palavra de Deus

Em atos 2:42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos…” 

A igreja tinha sede da palavra, permaneciam firmes na doutrina que aprendiam dos apóstolos, essa prática os fortalecia e os capacitava a não se enganarem com falsas doutrinas. A Palavra é o principal meio de comunicação de Deus com o homem.

  • Desejo de congregar

e na comunhão...

Havia prazer em está junto, em compartilhar tudo que tinham, como partes de um corpo completo, bem ajustado, saudável e forte (Efésios 4:16). Não havia espaço para a individualidade. As pessoas não pensavam no seu próprio bem, mas no que era melhor para todos.

 

  • Desejo de partilhar

no partir do pão

As pessoas partilhavam tudo que tinham, vendiam suas propriedades, seus bens e entregavam para serem compartilhados com quem precisava. Não havia espaço para o egoísmo, pelo contrário, o coletivo era mais importante. Um avivamento genuíno produz o fruto do Espírito, por isso tem muito a ver com a forma que tratamos o próximo, como o acolhemos e o que fazemos por ele.

  • Desejo em buscar a Deus

e nas orações

A oração nos aproxima de Deus, nos fortalece, é o principal meio de comunicação do homem com Deus. A oração é imprescindível na vida cristã; na comunhão com o Pai. Alguém disse certa vez sobre a oração: “Muita oração, muito poder. Pouca oração, pouco poder”. O pr. Rogério Teixeira na sua ministração chamada “Espírito Santo, Preciso de Ti”, falou:

“Quando o Espírito Santo nos enche com a sua presença, Ele também desperta em nós a vontade de estarmos mais perto de Deus, é gerada em nosso ser um ardor pela oração, pela Palavra de Deus e pela vida em comunhão. Quanto mais nos dedicamos a este estilo de vida, mais vamos nos enchendo com o Espírito Santo”

 

 

  • Desejo em pregar o evangelho

Atos 8:4 Os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem.

Quando Jesus fala: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1: 8), Ele deixa claro qual o objetivo de receber poder: ser suas testemunhas, ou seja, pregar o evangelho. Os nossos irmãos, mesmo em meio as perseguições continuavam pregando, realizando sinais e maravilhas, curando e libertando os oprimidos (Atos 8:7). Esta igreja vivia a grande missão que Jesus os comissionou.

Para termos comunhão com o Espírito Santo, é necessário buscá-lo. Em Jeremias 29:13 diz: Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.

Buscar ao Senhor deveria ser algo natural para todo cristão, no entanto, o que mais se escuta é: “não tenho tempo…”; “não consigo…” ou “é… reconheço que preciso, mas…”; e, assim, são muitas as desculpas.

Na verdade, todas essas desculpas só revelam o quanto precisamos do Espírito Santo. O quanto precisamos buscá-lo. É desejo do Pai que sejamos cheios do Seu Espírito “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11:13) No entanto, há uma condição: se pedirmos.

Segundo o pr. Ricardo Garcia, na ministração Batismo com o Espírito Santo:

“Há cristãos tão inertes em suas vidas. Agem como se tudo o que deva acontecer com eles fosse de responsabilidade de outros, ou mesmo, exclusivamente de Deus. Por isso, não oram, não leem a bíblia, não buscam mudanças e somente aguardam passivamente. É hora de mudar e clamar ao Senhor por seu Espírito, clamar por arrependimento, clamar por revelação e enchimento.”

Quando Jesus ordenou aos discípulos que permanecessem em Jerusalém aguardando a promessa do Pai, eles obedeceram e Todos estes perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele. Atos 1:14

Havia uma promessa. Eles poderiam então só esperar, entretanto, perseveraram unânimes em oração. Eles creram na promessa e foram buscar, “juntos” pela realização do que fora prometido. E Jeová Hessed cumpriu sua aliança.

A igreja estava constantemente reunida em oração. Em Atos 4:31 (E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus.) mostra a importância de orarmos juntos. Em Mateus 18: 18-20 Jesus fala do poder de orar juntos:

Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu. Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.

Quando a igreja se reúne perseverantemente para orar, cadeias são quebradas, pessoas são libertas e Deus manifesta o seu poder.

 

 

Intimidade
Outra maneira de buscar a Deus tão essencial quanto a oração em grupo é a  individual, em secreto. Jesus nos orienta em Mateus 6:6 “Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”. É em secreto que adquirimos intimidade, que nos relacionamos mais abertamente.

Quando temos um relacionamento íntimo com alguém, significa que nos fazemos conhecidos e o conhecemos também. Esta interação, só é possível se houver convivência, se gastarmos tempo, juntos, se compartilharmos nossos pensamentos, nossos sonhos, nossas experiências.

O Espírito Santo é uma pessoa com sonhos, sentimentos que deseja se fazer conhecido no meio do seu povo, para isso precisamos reservar um tempo diário para Ele. Precisamos desejar conhecê-lo, ouvir o que ele tem a nos dizer, conhecer seus sonhos, demonstrar o nosso amor, o nosso respeito e nosso temor.

Quando eu intencionalmente reservo este momento para adorá-lo, ouvi-lo, eu também me faço conhecido Dele. É o momento que eu posso me despir, tirar a máscara, e não só permitir que Ele me veja, mas que também me transforme, que  realize Seus sonhos em mim, que me revele a vontade do Pai e que me capacite a viver essa vontade.

Em Mt 7:21 Jesus diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”. Eu particularmente acredito que é impossível viver a vontade de Deus, sem intimidade com o Espírito Santo.

Muitos podem até, professar o nome de Jesus, realizar prodígios e maravilhas, mas, se não O conhecer de fato, se não estiverem dispostos a ter essa intimidade, não se tornarão conhecidos Dele, portanto, não farão parte dos seus escolhidos… Mt.7: 23 E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.”.

Jesus nos ensina sobre esta necessidade de estar só com o Espírito Santo por meio do seu próprio exemplo. Ele sempre reservava um tempo para orar sozinho como vemos nos textos abaixo:

Mt 14.23 – E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.

Lc 6:12,13 – E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.

Lc 22:39-41 E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,

Jesus mantinha sua comunhão com o Pai, por meio da intimidade com o Espírito Santo. Da mesma forma, só manteremos comunhão com o Pai se perseverarmos nessa intimidade com o Espírito.

Intimidade não se compra, se constrói, não pode ser esporádica, tem de ser diária.

Publicado por Pr. Wilson

cumprindo a carreira que me foi proposta

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