Não Olhes para o Vinho – Pr. Iran Bernardes / 1997


Agosto/1994

Os últimos anos tem sido marcados por tremendos avanços em muitas áreas da vida. Tecnologia nas áreas químicas; médicas; social; jurídica; tem revolucionado o mundo inteiro. O desenvolvimento do conhecimento tem beneficiado enormemente a humanidade. Entretanto, um imenso problema permanece: o comportamento e a conduta do ser humano.

Por toda parte ouve-se gritos por socorro. O número dos que sofrem nas áreas de conduta e relacionamentos cresce assustadoramente no mundo inteiro. Os profissionais das áreas psicossomáticas ocupam cada vez mais papéis importantes na sociedade.

Na Europa há uma avalanche de pessoas deprimidas, especialmente as mulheres – mães, donas de casas; executivas, profissionais liberais. Há muita dor e tristeza.

A África não sabe o que fazer com as crianças desorientadas – os bewildereds;

No oriente há uma crise de jovens atormentados; sem referencia familiar, sem destino e sem Deus.

Nos Estados Unidos as autoridades não tem solução para a onda de suicídios, homicídios e chacinas entre os jovens escolares.

No Brasil as prisões e os SOS crianças, lotados.

Os lares desintegrados por todo o mundo. Acidentes nas rodovias, mortes prematuras. O desafio das drogas.

O que fazer?

De onde vêm tantos males e tanto sofrimento?

Todos esses males e sofrimentos são por causa dos desajustes da pessoa humana na sociedade.

Os pastores, os profissionais da conduta humana estão enfrentando o maior desafio de todos os tempos: como auxiliar eficazmente no ajuste e equilíbrio da humanidade. O principal problema do ser humano é ele mesmo.

Não podemos dizer que o ser humano foi criado ruim e para viver um estilo de vida tão pobre e sofrido.

No Salmo 139:14 declara o salmista;

“Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste…”

Deus nos fez bons e no inicio não havia condutas impróprias e desarmônicas. Havia paz, segurança e prazer de viver.

Mais tarde começaram os desvios de conduta e de comportamento, por causa da desobediência dos nossos primeiros pais.

A humanidade desviou-se da verdadeira fonte de segurança, de identidade e destino. Passou a satisfazer-se não no criador, mas nas coisas criadas por ele. O mau uso das coisas e condutas desastrosas aumenta cada vez mais.

Logo após o dilúvio, a família de Noé teve seu primeiro desastre; o primeiro passo na desintegração familiar e na atração de maldições geracionais.

Em Gênesis 9:20-25 temos o triste relato:

“Sendo Noé lavrador, passou a plantar uma vinha. Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda. Cam pai de Canaã, vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos. Então Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem. Despertado Noé do vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço e disse: maldito seja Canaã…”

Que tragédia! Um pai amaldiçoando um filho, o caçula, por uma razão que ele mesmo provocou.

Tudo começou com o primeiro gole de vinho que Noé tomou.

O vinho continua até hoje sendo a causa de grande parte do sofrimento da humanidade, vejamos algumas referencias bíblicas ao vinho – vinho é uma forma genérica de referir-se à bebida alcoólica. (Os 4:11; Is 5:11,12; Pv. 20:1; 23:29-35).

Oséias 4:11 “A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento”.

Aqui o profeta Oséias apresenta uma correlação de causalidade de três elementos que roubam a sobriedade.

Os elementos são:

  1. A sensualidade
  2. O vinho
  3. O mosto

Todos, igualmente, tiram o entendimento. Há uma correlação entre eles. Esses três elementos. Eles tornam suas vitimas cegas. O pastor Creag Hill costuma dizer que a paixão sensual é cega, muda e burra.

Como pode ser causado esse estado de espírito de loucura, ou insensatez nas pessoas? Os antigos povos latinos diziam: “Venus est in vino”.

Sexo ilícito e vinho andam juntos.

Em provérbios 20:1 diz:

“O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora, todo aquele que por eles é vencido não é sábio”.

Como pode o vinho escarnecer e alvoroçar uma família? Já vimos o exemplo péssimo de Noé; agora vamos analisar, ainda que de forma bem leiga, os efeitos do álcool na conduta de uma pessoa, em seus estágios. Ilustramos na figura de três animais: o macaco, o leão e o porco.

Os antigos Romanos classificavam os efeitos do álcool na conduta de uma pessoa em três estágios, a saber:

1-                A fase do Macaco – apenas um copo de vinho é o suficiente para alterar a conduta e o comportamento da pessoa.

Se tímida, a pessoa passa a ser muito mais ousada; fica faladeira, esperta; comunicativa; otimista; de pobre torna-se milionária; fica sabidona; seu senso de polícia social é liberado; senta na mesa; cumprimenta todo mundo; canta – nos dois sentidos – perde o pudor; torna-se “dona do pedaço”.

Tudo isso parece muito bom. Parece que não há nada de errado. É por isso que muitos bebem socialmente; para ficarem livres da timidez. Tudo isso é apenas o prefácio de uma história muito triste.

2-                A fase do Leão – Continuando a beber, a pessoa assume uma condição mais séria. A fase do Leão, o homem valente. Aqui ele perde o senso critico, seu julgamento é falseado. Vê a esposa se arrumando para sair às compras, ao trabalho, à igreja, e então conclui, erroneamente, que ela irá traí-lo. Fica cheio de “honra” e de valentia. Pratica as sevícias, ou espancamento dos seus familiares; o ciúme o domina; a fúria, e o delírio persecutório começam a tomar conta dele.

É nessa fase que ocorrem os crimes mais bárbaros. Não há noção de limites; os valores são todos alterados.

“O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora”

3-                A fase do Porco – continuando no processo, o alcoolista chega ao ponto da mais vil degradação moral. É a fase do porco; caracterizada pela perda total ou parcial dos reflexos vitais. Não há noção de nada. Não há controle dos esfíncteres; vômitos, urina; etc.; tudo fica liberado, descontrolado.

É a total humilhação. A imagem de Deus na mais vil e vergonhosa condição.

Perda dos sentidos, delírios persecutórios – sensações de que monstros estão se aproximando; os montes vão cair sobre si; o navio vai afundar; um mal estar horrível. Pode ocorrer até o óbito.

Agora vamos ver outra passagem bíblica:

“Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para que, as rixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos? Para os que se demoram em beber vinho. Para os que andam buscando bebida misturada” (Pv 23:29,30)

Nestes dois versos nós encontramos as várias conseqüências danosas do álcool:

– Ais -> é o grito dos familiares que perderam um ente querido num acidente de automóvel – causa = bebida;

– Pesares -> é a lamentação da família que tem que cuidar de um paraplégico para o resto da vida – causa = alcoolizado, colidiu a canoa em uma rocha no rio Araguaia;

– Rixas -> são as malquerenças entre a família do alcoolista e outros familiares ou vizinhos – causa = ninguém suporta mais a chateação daquele “bêbado nojento”;

– Feridas -> são as marcas mais profundas no cônjuge, nos filhos, nos pais, de ódio; de amargura – causa = o alcoolista vive ofendendo a todos, há anos, sem contar os seus próprios sofrimentos físicos, morais e afetivos;

– Olhos vermelhos -> são as amostras da vergonha e da desmoralização. Não há como ocultar-se.

Por isso é que o texto de provérbios continua dizendo:

“Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco. Os teus olhos verão cousas esquisitas, e o teu coração falará perversidades. Serás como o que se deita no alto do mastro e dirás: espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; Quando despertarei? Então, tornarei a beber” (Pv. 23:31-35)

As conseqüências do álcool são como a mordida de uma cobra. Sofrimento sem alívio. O único alívio, após a síndrome de abstinência, é beber de novo.

“O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora”.

O vinho escarnece do Senhor. Falando do ambiente da casa daqueles que bebem, Isaías diz:

“Liras e Harpas, tamborins e flautas e vinhos há nos seus banquetes: porém não consideram os feitos do Senhor, nem olham para as obras das suas mãos” (5:12)

“Todo aquele que por ele é vencido não é sábio” (Pv 20:1b)

“Não olhes para o vinho” (Pv. 23:31)

. O álcool não torna as pessoas capazes de fazer melhor o que deve ser feito. Ele as torna menos envergonhadas de fazê-lo incorretamente.

· O álcool jamais afoga as mágoas; somente as irriga.

· O vinho é um vira-casaca: primeiro um amigo, depois um impostor e, por fim, um inimigo.

· Tenho uma utilidade melhor para meu cérebro do que envenená-lo com álcool. Colocar álcool no cérebro humano é como colocar areia nas engrenagens de um motor. (Thomas Edison).

· Uísque é uma boa coisa no seu devido lugar. Não há nada melhor para preservar um corpo depois de morto. Se você quer preservar o corpo de um homem morto, coloque-o no uísque; se quer matar um homem vivo, coloque uísque nele. (Thomas Guthrie).

· Nenhuma outra droga conhecida pelo homem é mais amplamente usada nem mais freqüentemente responsável por mortes, ferimentos ou crimes do que a bebida alcoólica. (S. I. McMillen).

· O vinho tem afogado mais pessoas do que o mar. (Publilius Syrius)

Embora possamos encontrar algumas boas alusões ao vinho, nossa posição é a de total afastamento dele, pelas obvias razões:

  1. Toda droga cria dependência física e psíquica;
  2. O álcool é droga;
  3. Todo alcoolista (dependente) começou apenas com o 1º gole;
  4. Quem bebe pouco, bebe muito; quem não tomar o 1º gole não tomara nada;
  5. Bebida alcoólica não é essencial; não me faz falta alguma;
  6. Somos sacerdotes do Senhor – todos – ao sacerdote não é lícito beber bebida forte;
  7. Outros podem até poder beber; eu não posso.

Obs.; Objeção –

Paulo recomendou a Timóteo que não bebesse somente água, mas também um pouco de vinho.

Resposta: Se você tem algum problema com o seu estomago, procure um bom gastroenterologista.

Tratamento

Ainda que tratamento médico e psicológico sejam muito importantes no tratamento da pessoa dependente do álcool, o passo mais fundamental é a conversão ao Senhor Jesus e a libertação pelo poder do Espírito Santo.

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef.5:18).

“O mundo bebe para esquecer; os discípulos bebem para lembrar”

Pr. Iran Bernardes / 1997

Publicado por Pr. Wilson

cumprindo a carreira que me foi proposta

Um comentário em “Não Olhes para o Vinho – Pr. Iran Bernardes / 1997

  1. Querido Pastor,

    Muito bem vindo o artigo, gostaria de comentar que o álcool é uma droga psicotrópica que atua no sistema nervoso central. Não é liberadora, pelo contrário é depressora, no primeiro período deprime no cérebro o crivo do senso crítico consciente, o indivíduo fica euforico e desinibido, em um segundo período deprime o cérebro descontrolando a coordenação motora, o sentido dos valores e dos sentimentos, o indivíduo responde com mudanças comportamentais inadequadas.
    O alcoolismo é doença crônica, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde-OMS. Levantando como consequências da doença:
    – Instabilidade emocional
    – Perda da capacidade de julgamento e autocontrole
    – Desestabiliza a coordenação motora e a memória
    – Tremores, sudorese intensa e retenção de liquido
    – Certo grau de obnubilação da consciência, alucinações, paranóia ou psicose
    – Impotência sexual
    – Infeccões do pulmão
    – Descontrole dos esfíncters
    – Pancreatite
    – Cirrose hepática

    O alcoólatra (dependente) inserido na família, causa o adoecer da família que passa por dores físicas e emocionais, angustia, medo, raiva, ressentimento, promessas não cumpridas, sonhos desfeitos, noites insones, decepções. A família se torna co-dependente, por tudo que adquiriu ou que perdeu ao longo do processo.

    Importantíssimo observar que na Bíblia Sagrada em Êxodo 15:26 temos a ação própria de Deus “pois eu sou o Senhor, que te sara ”
    Deus que sara todas as doenças, Deus que cura todas as enfermidades, Deus que perdoa todos os pecados e Deus que salva.
    Não se encontra na Bíblia uma relação das doenças que Deus sara, porque a Bíblia diz do Deus que te sara, crê no Senhor Jesus e será salvo tu e tua casa. At. 16:31
    Tratamento
    “Ainda que o tratamento médico e psicológico sejam muito importantes no tratamento do dependente do álcool, o passo mais fundamental é a conversão ao Senhor Jesus e a libertação pelo poder do Espírito Santo.”
    Pastor Iran
    É preciso fazer saber ao mundo que Deus sara, Deus cura e Deus salva o homem.
    Abraços.
    Telma Sandra

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