À mesa do Senhor…


Deixai vir à minha mesa os pequeninos,

não os embaraceis.

por Iran B. Costa

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Textos bíblicos: Êxodo 12:1-28; Mateus 18:1-6; 19:13-15; Lucas 22:7-30; 1 Coríntios 7:14; 11:17-34

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Em toda a minha vida cristã, até o ano de 1993, só vi a Ceia do Senhor sendo ministrada e servida aos adultos. A partir daquele ano me devotei a um exame das Escrituras Sagradas e de uma busca de uma justificativa teológica para a inclusão ou não das crianças à mesa do Senhor. Nessa busca não encontrei referência bíblica alguma, que explicitamente, ordenasse ou proibisse a Ceia do Senhor para as crianças. Entretanto, podemos fundamentar a prática desse sacramento para os pequeninos em vários textos bíblicos, sob os seguintes raciocínios:

A Ceia do Senhor no contexto histórico

A Ceia do Senhor tem sua origem em Êxodo 12. Aqui a Páscoa era para ser celebrada em família. Caso a família fosse muito pequena, deveria juntar duas ou mais para comerem os elementos daquela ceia, para que nada sobrasse. O Senhor Deus falou com Moisés e Arão no Egito. Ele disse:

Este mês será para vocês o primeiro mês do ano. Diga a todo o povo israelita o seguinte: no dia dez deste mês cada pai de família escolherá um carneirinho ou um cabrito para a sua família, isto é, um animal para cada casa. Se a família for pequena demais para comer o animal inteiro, então o dono da casa e o seu vizinho mais próximo o comerão juntos, repartindo-o de acordo com o número de pessoas e a quantidade que cada um puder comer. O animal deverá ser um carneirinho ou um cabrito sem defeito, de um ano. Vocês o guardarão até o dia catorze deste mês, e na tarde desse dia todo o povo israelita matará os animais. Pegarão um pouco do sangue e o passarão nos batentes dos lados e de cima das portas das casas onde os animais vão ser comidos. 8Nessa noite a carne deverá ser assada na brasa e comida com pães sem fermento e com ervas amargas. A carne não deverá ser comida crua nem cozida; o animal inteiro, incluindo a cabeça, as pernas e os miúdos, será assado na brasa. Não deixem nada para o dia seguinte e queimem o que sobrar. Já vestidos, calçados e segurando o bastão, comam depressa o animal. Esta é a Páscoa de Deus, o Senhor.

Nessa noite eu passarei pela terra do Egito e matarei todos os primeiros filhos, tanto das pessoas como dos animais. E castigarei todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. O sangue nos batentes das portas será um sinal para marcar as casas onde vocês moram. Quando estiver castigando o Egito, eu verei o sangue e então passarei por vocês sem parar, para que não sejam destruídos por essa praga. Comemorem esse dia como festa religiosa para lembrar que eu, o Senhor, fiz isso. Vocês e os seus descendentes devem comemorar a Festa da Páscoa para sempre (Ex. 12:1-14).

Então, entendemos que na sua origem, a Páscoa era uma realização para a família. De acordo com o juízo de qualquer pessoa, uma família padrão é formada por um pai, uma mãe e os filhos. Parece-me pouco provável que os pais realizassem aquela páscoa, que mais tarde se tornou em uma festa, determinando a exclusão dos filhos.

Essa Páscoa, inaugurada no Êxodo, atravessou toda a história da Antiga Aliança e chegou aos dias de Jesus, o qual a celebrou com os discípulos pouco antes de sua morte, identificando-a pelo mesmo nome que lhe foi dado no início, Páscoa.

Objeções refutadas

Alguns há que negam às crianças a Ceia do Senhor sob a alegação de que são crianças, não podem examinar-se a si mesmas e não foram ainda batizadas.

Bem, onde e quando o processo de salvação se inicia na vida de uma pessoa? Seria quando ouviu falar de Cristo a primeira vez? Quando chegou aos doze anos de idade? Quando fez a primeira comunhão? Quando foi batizado ou aspergido quando ainda infante ou imerso, na adolescência ou na vida adulta? O processo salvífico pode ter início em qualquer ponto; tudo fica debaixo da soberania de Deus.

Os evangélicos se fixaram numa tradicional “ortodoxia” tal que não admitem que alguém não batizado tome a ceia, pois esta “é para os filhos de Deus”, e para se tornar filho de Deus é preciso ser batizado.

O Batismo é um sacramento essencial, mas em lugar algum da Bíblia a ceia fica vinculada à condição de alguém ser batizado, pois o processo de salvação poderia estar sendo iniciado na vida de tal pessoa através da participação na ceia. Tanto o batismo como a ceia são ministrados para a remissão de pecados.

Para mostrar que Deus pode iniciar sua obra de salvação com qualquer dos seus recursos, temos o fato de Cornélio, um gentio, alheio às promessas, ter sido batizado com o Espírito Santo, antes de descer às águas, como vemos em Atos:

Quando Pedro ainda estava falando, o Espírito Santo desceu sobre todos os que estavam ouvindo a mensagem. Os judeus seguidores de Jesus que tinham vindo de Jope com Pedro ficaram admirados por Deus ter derramado o dom do Espírito Santo sobre os não-judeus. Pois eles ouviam os não-judeus falarem em línguas estranhas e louvarem a grandeza de Deus. Então Pedro disse:

– Estas pessoas receberam o Espírito Santo como nós também recebemos. Será que alguém vai proibir que sejam batizadas com água? (Atos 10:44-47).

Uma coisa maravilhosa que tenho testemunhado em quase cinquenta anos de ministério, são crianças, ainda pequenas, receberem o batismo com o Espírito Santo, falando em línguas e profetizando. Se elas recebem esse dom maravilhoso, como podemos nós negar-lhes a Ceia do Senhor?

Com todo o carinho e respeito por todos os irmãos e irmãs que, porventura, tenham outro entendimento, reafirmo minha convicção de que um sacramento não se vincula a outro como pré-requisito entre si na sua ministrarão e nos seus efeitos.

No caso clássico de Cornélio e seu oikós terem recebido o batismo com o Espírito Santo antes de terem sido batizados na água, o apóstolo Pedro teve que dar explicações e justificar o fato diante do colégio apostólico em Jerusalém, tendo sido duramente arguido. É claro que a sabatina não se deu por esse fato pontual, mas porque, como disseram os apóstolos, “Entraste em casa de homens incircuncisos e comeste com eles” (Atos 11.3).

Então, para maior clareza é melhor ler toda a defesa de Pedro:

Os apóstolos e os outros seguidores de Jesus em toda a região da Judéia souberam que os não-judeus também haviam recebido a palavra de Deus. Quando Pedro voltou para Jerusalém, aqueles que queriam que os não-judeus fossem circuncidados o criticaram, dizendo:

– Você ficou hospedado na casa de homens que não são circuncidados e até tomou refeições com eles!

Então Pedro deu um relatório completo de tudo o que havia acontecido, desde o começo. Ele disse:

– Eu estava na cidade de Jope e lá, enquanto estava orando, tive uma visão. Vi uma coisa parecida com um grande lençol, que baixou do céu, amarrado pelas quatro pontas, e parou perto de mim. Eu olhei para dentro daquilo com atenção e vi animais domésticos, animais selvagens, animais que se arrastam pelo chão e aves. Depois ouvi uma voz, que me dizia: “Pedro, levante-se! Mate e coma!” Eu respondi: “Isso não, Senhor! Eu nunca comi nenhuma coisa que a lei considera suja ou impura!” Então a voz falou de novo do céu: “Não chame de impuro aquilo que Deus purificou.” Isso aconteceu três vezes, e depois tudo aquilo voltou para o céu. Justamente naquela hora três homens que tinham sido mandados de Cesaréia para me buscar chegaram à casa onde eu estava hospedado. E o Espírito de Deus me disse que fosse com eles, sem duvidar. Estes seis irmãos da cidade de Jope também foram comigo, e todos nós entramos na casa de Cornélio. Então ele nos contou como viu na casa dele um anjo, em pé, que lhe disse: “Mande alguém a Jope para buscar Simão, que também é chamado de Pedro. Ele vai dizer como você e toda a sua família podem ser salvos.”

E Pedro continuou:

– Quando comecei a falar, o Espírito Santo veio sobre eles, como tinha vindo sobre nós no princípio. Aí eu lembrei que o Senhor Jesus tinha dito: “É verdade que João batizou com água, mas vocês serão batizados com o Espírito Santo.” De fato, os não-judeus receberam de Deus o mesmo dom que nós recebemos quando cremos no Senhor Jesus Cristo. E quem era eu para ir contra Deus?

Quando ouviram isso, eles ficaram sem ter o que dizer e louvaram a Deus, dizendo:

– Então Deus deu também aos não-judeus a oportunidade de se arrependerem e ganharem a vida eterna! (Atos 11.1-18).

Bem, se Deus recebeu um gentio e o agraciou com o Espírito Santo em profusão, e em seguida o recebeu também por meio do batismo nas águas, seria difícil concluir que Jesus incluiria também as crianças à comunhão da sua mesa?

Não estando vinculada à necessidade de um batismo prévio, a ceia pode ser servida, portanto, às crianças. Quanto aos adultos ainda não batizados presentes à cerimônia, a decisão de participar ou não do Sacramento, fica a cargo deles, uma vez iluminados pelas Escrituras Sagradas, que os exortam a que cada um examine-se a si mesmo e tome do pão e do cálice do Senhor, caso decidam por assim fazê-lo. Uma vez tendo-se examinado com o auxilio da Palavra de Deus ali ministrada, com a convicção de pecados e o arrependimento por obra e graça do Espírito Santo, o que impediria de tal pessoa render-se ao Senhor Jesus e confessá-lo como seu eterno e suficiente Salvador? Por que o ser humano, principalmente os religiosos tem a tendência de apresentar sempre um Deus mais exigente, mais intransigente do que Ele de fato seria?

E a capacidade de auto-exame?

Quanto ao fato das crianças não terem a capacidade de auto-exame e de uma reflexão mais apropriada, isso funciona exatamente a favor da participação delas. Vejamos.

As crianças são incapazes, logo são inocentes. Essas duas características das crianças lhes subtraem a responsabilidade moral, ou seja as crianças ficam isentas, pois além de sua incapacidade e inocência, são também inimputáveis. A condição do auto-exame para o adulto funciona para a formação da responsabilidade e de uma possível culpa em caso de participar da ceia descuidadamente; já para a criança funciona para a sua proteção. É importante observar que a culpa é formada por um ou mais dos seguintes elementos, a saber, a negligência, a imprudência e a imperícia.

Então, sob a condição de incapacidade, inocência e de inimputabilidade, a criança está apta a participar da mesa do Senhor.

Deve a criança fazer seu auto-exame?

Desde o mais cedo possível os pais devem ensinar a criança a refletir e a examinar-se a si mesma. Sendo já capaz, a criança deve examinar-se a si mesma antes de participar da mesa do Senhor, caso em que se equipara aos adultos; não sendo ainda capaz, nenhuma exigência é a ela imposta, dada a sua condição.

A Ceia do Senhor é a Palavra de Deus sob a forma física de pão e vinho consagrados à eucaristia, sob a cerimônia sacramental celebrada segundo as Escrituras Sagradas. A celebração da ceia é uma maneira de se ministrar a Palavra de Deus, agora, não em palavras humanas faladas e ouvidas; não em palavras lidas de páginas impressas com tinta e papel,  mas a Palavra de Deus através de pão e de vinho. Esta é uma ministração tão eficaz quanto outra qualquer, tanto para adultos quanto para crianças. A Ceia do Senhor é um sacramento essencialmente didático e, portanto, deve ser ensinado às crianças, para que quando chegarem à idade adulta, possam dizer como Paulo: Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança” (1 Coríntios 13.11).

Jesus e as crianças

Ao ser interrogado por seus discípulos sobre quem seria o maior no Reino de Deus, Jesus tomou uma criança do meio deles, e disse-lhes:

Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu. A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança. E aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará recebendo a mim. Quanto a estes pequeninos que crêem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no lugar mais fundo do mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço (Mateus 18:1-6).

Batismo e ceia

Bem, então por que não se batizam as crianças? A razão de alguns segmentos cristãos não batizarem suas crianças é porque o batismo é de natureza personalíssima, ou seja, o batismo é mediante uma decisão do próprio batizando. A ceia é de natureza sistêmica e corporativa, quer dizer, assim como foi na primeira Páscoa, ainda hoje é para toda a família. É claro que o fato de alguém pertencer a uma família cristã não lhe obriga a tomar a ceia, mas essa pessoa está livre para fazê-lo. No caso de crianças, o que elas mais querem é tomar parte da mesa.

Sendo a ceia um ato cristão de continuidade, “fazei isso em memória de mim até que eu venha,” mostra que tal repetição semanal (para algumas comunidades), dá à ceia um caráter didático-pedagógico para a criança.

Muitos pais carregam a tristeza de verem seus filhos longe da comunhão; desviados; indiferentes e nem sempre têm a menor idéia do que poderia ter acontecido para que eles se afastassem da fé. Em muitos casos é porque quando eram crianças, a Ceia de Senhor lhes foi negada. Pior ainda é o fato de negar a ceia à criança e não lhe oferecer uma justificativa plausível e justa. Em geral, o que os pais proíbem as crianças de usar são coisas suspeitas ou comprovadamente lesivas à saúde ou à moral. Ao negar a ceia para a criança, esta vai associar este sacramento a algo suspeito ou ruim; inconveniente, mal, ou perigoso, como a bebida alcoólica, drogas, etc, que só os adultos “podem.” O pai fuma, mas proíbe seu filho; o pai bebe, não permite que o filho beba. Essa é uma prática que pode levar a criança a associar à Ceia do Senhor um caráter mal.

O Batismo é um sacramento único. É ministrado uma única vez na vida. Sendo de natureza muito pessoal, nós preparamos a criança para o seu apropriado momento. Não precisamos dizer à criança que ela não pode ser batizada, mas lhe asseguramos que para cada experiência na vida há uma ocasião adequada e para tal, nós os preparamos e criamos uma feliz expectativa.

Não gosto de ouvir a expressão “Deus não tem netos, só tem filhos.” É claro que Deus tem netos. Para Deus, quem são os filhos dos seus filhos? São duplamente filhos de Deus e é isso que faz um neto. Deus é um Deus de gerações. Isso não é uma negação à necessidade individual de uma real conversão e novo nascimento. Todas as pessoas precisam se converter a Cristo. Há uma diferença básica entre as crianças nascidas e criadas num lar cristão e as que não têm esse privilégio. Tanto umas quanto as outras tem a graça de serem objetos do Reino de Deus, contudo, quando chegarem à capacidade de decisão, as do lar cristão vão decidir se continuam andando nos caminhos do Senhor ou se vão se afastar dele. As outras, do lar não cristão, vão decidir se continuam na mesma vida que lhes ensinaram seus pais, ou se entregam suas vidas a Cristo, e começam a prática da vida cristã.

As condições da criança

Em Mateus 18:1-6 Jesus fez as seguintes afirmações sobre as crianças:

ü  … se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu.

ü  A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança.

ü  E aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará recebendo a mim.

ü  Quanto a estes pequeninos que crêem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no lugar mais fundo do mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço.

A esse ponto, perguntamos, se uma criança não pode participar da Ceia do Senhor, quem pode?

Outra objeção a servir este sacramento às crianças é a alegação de que a igreja estaria praticando um sacrilégio, ao oferecer um sacramento a alguém que sequer tem como examinar-se a si mesmo. É um receio de que estaria se comprometendo a integridade da Divindade; sujando o santo. Ora, qual seria mais provável: a santidade de Deus santificar a criança (que já é santa – 1 Coríntios 7:14) ou as limitações da criança profanar  Deus? Vamos ilustrar: A luz que brilha no fundo de uma fossa é a mesma que brilha numa montanha de neve. Essa mesma luz não se contamina, no primeiro caso, nem fica mais pura, no segundo. A luz é insuscetível desses tipos de alterações. Ela é sempre a mesma luz!

Às vezes queremos proteger Deus, ajudar Deus, santificar Deus. Ele é imutável; sempre e eternamente santo. É claro que quando se tratar de práticas pecaminosas, nós estamos ofendendo a Deus, mas Ele não se contamina. No caso concreto, estamos falando de uma prática lícita.

Como ministrar a ceia às crianças

Cumpre aos pais reunir a família, e com os elementos pão e cálice, fazer o nexo causal, bíblico e teológico deles com a realidade que representam, dizendo, enfaticamente, “Este pão é o memorial do corpo de Jesus, nosso Senhor e Salvador. Este suco de uva (vinho) é a representação do sangue de nosso Salvador Jesus, aquele que deu a sua vida e foi crucificado em nosso favor, para a remissão dos nossos pecados.

Ore com a família, direcionando a todos à contrição, arrependimento, confissão de pecados, e gratidão e compromisso. Juntos comam  do pão e tomem do cálice, em memória de Jesus.

Reafirme a promessa da volta de Jesus para buscar o seu povo, a nossa família, toda a Igreja.

Conclusão

Temos visto também a triste realidade de muitos filhos de crentes e até de pastores, afastados da fé por verem tantas contradições e inconsistências dentro da Igreja. A Ceia do Senhor, restrita aos adultos, sem uma explicação plausível e justa, é uma contradição e uma injustiça contra as crianças.

“Por que eles podem e eu não?”

Ensine a criança a ter gosto por Deus, e quando ela crescer, outra coisa não lhe satisfará.

Deus forma nossa vida espiritual por diversos meios e através de situações as mais variadas. A experiência da ceia é tremenda! Nossos sentidos são ativados e colocados em submissão àquele momento tão santo e profundo. Nossos olhos vêem o pão e o cálice; com nossos ouvidos ouvimos a ministração da Palavra de Deus fazendo uma ligação dos elementos com a pessoa de Jesus, na sua morte; quando pegamos nas mãos os elementos, estamos numa relação da mais alta intimidade com o Senhor, ali, representado; ao sentirmos o cheiro do pão e do vinho, nosso subconsciente coopera no armazenamento de mais realidade sacramental e simbólica; e ao degustar os elementos, uma sensação de que algo misterioso está se fazendo um conosco no mais inexplicável dos mistérios divinos. Assim, somos formados em nosso caráter; em nosso falar, em nossa percepção, seja pelo visual, pelo toque, pelo ouvir, pelo aroma sentido e pelo degustar dos elementos, Deus está ministrando a nós e às nossas crianças.

Deus escolheu seus meios de nos comunicar sua graça e a esses meios, chamamos, sacramentos. Tudo isso parece loucura, como diz Paulo:

De fato, a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus. Pois as Escrituras Sagradas dizem:

Destruirei a sabedoria dos sábios e acabarei com o conhecimento dos instruídos. Então, o que poderão dizer os sábios e os instruídos? O que vão dizer os grandes oradores deste mundo? Deus tem mostrado que a sabedoria deste mundo é loucura. Pois Deus, na sua sabedoria, não deixou que os seres humanos o conhecessem por meio da sabedoria deles. Pelo contrário, resolveu salvar aqueles que crêem e fez isso por meio da mensagem que anunciamos, a qual é chamada de “louca”. Os judeus pedem milagres como prova, e os não-judeus procuram a sabedoria. Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não-judeus é loucura. Mas para aqueles que Deus tem chamado, tanto judeus como não-judeus, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Pois aquilo que parece ser a loucura de Deus é mais sábio do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana (1 Coríntios 1.18-25).

Depois disso, algumas pessoas levaram as suas crianças a Jesus para que ele as abençoasse, mas os discípulos repreenderam aquelas pessoas. Quando viu isso, Jesus não gostou e disse:

– Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso, pois o Reino de Deus é das pessoas que são como estas crianças. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.

Então Jesus abraçou as crianças e as abençoou, pondo as mãos sobre elas (Marcos 10.13-16).

“O mundo bebe para esquecer, os cristãos bebem para lembrar.”

“Fazei isto em memória de mim.”

Publicado por Pr. Wilson

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