O PECADO BATE À PORTA, QUEM O DOMINARÁ? Pr. Iran B. Costa


Iran, Levi, Wilson -2004

Tiago 1:12-15; Romanos 6:12-14; Deuteronômio 22:8; Gênesis 4:7

“Feliz é aquele que nas aflições continua fiel! Porque, depois de sair aprovado dessas aflições, receberá como prêmio a vida que Deus promete aos que o amam. Quando alguém for tentado, não diga: “Esta tentação vem de Deus.” Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo não tenta ninguém. Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos. Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte” (Tg.1:12-15).

“Portanto, não deixem que o pecado domine o corpo mortal de vocês e faça com que vocês obedeçam aos desejos pecaminosos da natureza humana. E também não entreguem nenhuma parte do corpo de vocês ao pecado, para que ele a use a fim de fazer o que é mau. Pelo contrário, como pessoas que foram trazidas da morte para a vida, entreguem-se completamente a Deus, para que ele use vocês a fim de fazerem o que é direito. O pecado não dominará vocês, pois vocês não são mais controlados pela lei, mas pela graça de Deus” (Rm. 6:12-14).

“Quando você construir uma casa, coloque uma grade de madeira em volta do terraço. Assim você não será culpado se alguém cair dali e morrer” (Dt. 22:8).

“Então o Senhor disse: Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo? Se tivesse feito o que é certo, você estaria sorrindo; mas você agiu mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo” (Gn. 4:6,7).

Introdução

A epístola de Tiago é a primeira de um conjunto de cartas endereçadas aos Cristãos em geral e não a uma igreja, em particular. Isto é está evidente nas palavras do prefácio, “às doze tribos que se encontram da dispersão…” (1;1).

Esta é uma carta fundamentalmente prática. Ela trata de itens vitais da fé cristã e não se preocupa com as especulações infrutíferas do saber humano. Foca o código essencial da fé cristã, como por exemplo, “Se a salvação é um dom gratuito de Deus, então não importa como vive o cristão”. Na mente do autor da carta não paira dúvida alguma, pois deixa claro que importa, sim, como deve viver o cristão. Inclusive, é pelo estilo de vida que se conhece o caráter cristão de uma pessoa. Nosso padrão de vida cristã afeta todas as nossas atitudes para conosco mesmos, para com os outros e para com Deus. O que Deus espera é que não haja discrepância entre o que professamos com a boca e o modo como vivemos. Tiago, em sua carta, nos adverte a que tenhamos um padrão genuíno para nossa fé cristã com seus valores morais para todas as áreas de nossa vida.

Todos nós já notamos como é fácil deixar de lado os valores e padrões; como é fácil permitir que o mundo nos pressione aos seus moldes; como é fácil ser conduzido a crer que admitir que não existe o

absoluto, mas que tudo é relativo. O mundo nos diz que não há código moral algum.

O apóstolo Tiago foi inspirado por Deus para exortar aos Cristãos da Dispersão que para eles existia, sim, um padrão de Deus para a vida cristã, e nós somos também os destinatários secundários dessa carta. Nós necessitamos hoje, mais do que nunca, das normas espirituais dessa carta, pois o pecado bate à nossa porta, e o Espírito Santo em nós, espera que o resistamos.

De quem é a culpa?

Entre os Judeus havia uma convicção de que toda pessoa tem uma propensão para o pecado. Agora, nessa carta, Tiago repreende os cristãos que querem colocar a culpa ou responsabilidade da tentação, sobre Deus. Na verdade, nos parece também, que em cada ser humano reside duas tendências, uma para o bem e outra para o mal. Segundo escritos apócrifos, a tendência para o mal era chamada yetser hara  e a tendência para o bem, yetser hatob. Embora os investigadores não soubessem explicar bem a natureza e a origem dessas propensões, eles ficavam abismados ao observarem a monstruosidade dos efeitos devastadores do yetser hara, a inclinação para o mal; e assim, eles exclamavam, “O, yetse hara, por que você enche a terra de tanta decepção!”

De acordo com a percepção judaica, a tendência maligna procedia de Satanás, e a defesa do ser humano contra ela dependia essencialmente da sua própria vontade. Os judeus diziam também, que “Deus fez o homem (mulher) desde o inicio e o deixou nas mãos de Satanás que o fez seu refém. Deus o deixou sob o poder de sua própria vontade. ‘Se tu quiseres, tu deves querer observar os seus mandamentos, pois o cumprimento deles será a sua realização’”.

A crença tradicional dos judeus sobre a tendência do mal remonta à época de Adão e Eva, no jardim do Éden. Uma obra chamada A Vida de Adão e Eva conta estória:

“Satanás tomou a forma de um anjo e, falando através da serpente, colocou em Eva o desejo pelo fruto proibido e a fez jurar que ela daria do mesmo fruto ao companheiro, Adão. “Quando ele me fez jurar”, disse Eva, “ele subiu em uma árvore; e, no fruto que me deus para comer ele colocou o veneno da sua malícia, quer dizer, o veneno da sua lascívia. A lascívia, ou a concupiscência é o começo de todo pecado. Então, Satanás abaixou um galho da árvore para a terra, ao meu alcance, e eu peguei uma fruta e comi”.

De acordo com essa estória, Satanás teria sido o responsável pela inserção da tendência maligna no ser humano e essa tendência é identificada com a própria lascívia da carne. Então, de acordo com essa estória, o começo de todo pecado está de fato na lascívia que Satanás lançou em Eva.

Os apócrifos trazem ainda, duas teorias sobre a origem e responsabilidade da inclinação maligna no ser humano. Uma diz tudo vem e é da responsabilidade dos anjos caídos; a outra diz que o próprio ser humano é o causador e responsável. Dizem, “O pecado não foi enviado sobre a terra, mas o próprio homem o criou”.

Vamos pensar um pouquinho. Satanás pode ter sido o causador e ser o responsável; os anjos caídos, por sua vez, podem ter tido sua participação ou terem sido os próprios causadores de todo o desastre; o próprio ser humano, também pode ter sido o protagonista de tudo, trazendo sobre si mesmo, a danada da lascívia.

Antes de nos aventurarmos a uma conclusão, vejamos mais um postulado sobre a questão. Os rabinos antigos diziam que, desde que Deus criou todas as coisas, também deva ter criado a tendência maligna no ser humano. Eles afirmavam, “Deus disse, estou arrependido de ter criado a tendência maligna na humanidade; pois se eu não tivesse feito isso, o homem não teria se rebelado contra mim. Eu criei a inclinação maligna; eu criei a lei como meio de solução do problema. Se você cumprir a lei, você não cairá no poder da lascívia”.

Os rabinos diziam também, que “Deus colocou a tendência boa na mão direita do homem, e a tendência maligna, na esquerda”. Teorias confusas e perigosas; cheias e detalhes traiçoeiros.

Essas teorias, com alguns aspectos corretos e outros nitidamente não ortodoxos – heréticos – , tendem a levar-nos a concluir que, em última análise, o ser humano tenha alguma legitimidade para culpar Deus por sua própria tendência maligna e pelo seu pecado. Não é de se estranhar que a humanidade não assume sua responsabilidade, nem pela tendência maligna, nem pelo pecado. Isso é o que chamamos de evasão moral.

Evasão da responsabilidade

Desde os tempos mais remotos, o ser humano vem ser tornando especialista e em fugir das responsabilidades. Voltemos à mais antiga e mais clássica das evasões. “Aí Deus perguntou:

– E quem foi que lhe disse que você estava nu? Por acaso você comeu a fruta da árvore que eu o proibi de comer? O homem disse: – A mulher que me deste para ser a minha companheira me deu a fruta, e eu comi. Então o Senhor Deus perguntou à mulher: – Por que você fez isso? A mulher respondeu:

– A cobra me enganou, e eu comi” (Gn. 3:11-13).

Um poeta por nome Robert Burns, retratou a evasão e justificativa do ser humano, assim:

“Tu sabes como me formaste

Cheio de paixões selvagens e indomáveis;

E ouvindo suas sedutoras vozes

Sempre me guias ao erro”.

O ser humano,nós, estamos afirmando que nossa conduta é como tal porque Deus nos criou com tais paixões. Estamos constantemente nos evadindo e culpando os outros; culpando as circunstâncias; culpando as ofertas; culpando as facilidades; explicando que tudo foi porque “o galho da árvore estava tão ao alcance”.  Em última análise, a culpa é sempre lançada sobre Deus.

Foi para corrigir essa distorção que o apóstolo Tiago escreveu sua contundente carta.

“Quando alguém for tentado, não diga: “Esta tentação vem de Deus.” Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo não tenta ninguém. Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos” (1:13,14).

“Não se enganem, meus queridos irmãos. Tudo de bom que recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus, o Criador das luzes do céu. Ele não muda, nem varia de posição, o que causaria a escuridão. Pela sua própria vontade ele fez com que nós nascêssemos, por meio da palavra da verdade, a fim de ocuparmos o primeiro lugar entre todas as suas criaturas” (1:16-18).

O Espírito Santo testifica através do apóstolo que o responsável pela lascívia e a inclinação maligna é o próprio ser humano, isto é, cada um de nós. O pecado não teria como se efetivar na nossa vida se não fosse nossos desejos malignos, os quais clamam dia e noite por satisfação.

Os desejos que militam em nossa carne são ao mesmo tempo, suscetíveis de ser estimulados e também, reprimidos; podem ser alimentados, como também, sufocados. O apóstolo Paulo também ensina que os desejos da carne, suas inclinações e as tentações que sofremos, podem ficar debaixo de certo controle, como explica em 1 Coríntios 10:12,13:

“Portanto, aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair. 13As tentações que vocês têm de enfrentar são as mesmas que os outros enfrentam; mas Deus cumpre a sua promessa e não deixará que vocês sofram tentações que vocês não têm forças para suportar. Quando uma tentação vier, Deus dará forças a vocês para suportá-la, e assim vocês poderão sair dela”. E no inicio do verso 14, Paulo deixa uma boa sugestão, ou mesmo uma ordem, “Por isso, meus queridos amigos, fujam…”

E ainda, nada pode resistir à hamrtiologia (doutrina do pecado) ensinada pelo próprio Deus, quando lecionou a Cain, “Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo? 7Se tivesse feito o que é certo, você estaria sorrindo; mas você agiu mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo” (Gn.4:7).

Tragédia

Cedendo, o que acontecerá? Desejos se transformam em ações. A obra A Vida de Adão e Eva diz que quando Eva comeu do fruto ela sujeitos-e subitamente à morte. É muito interessante observar a palavra empregada por Tiago para se referir a esse gênero de morte. Ele diz, “Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte” (1:15).

Precisamos olhar com cuidado essas palavras para percebermos o sentido ético e espiritual dos fatos. Uma outra versão contribui para uma melhor compreensão. “Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg. 1:15 ARA).Tiago usa as palavras “concebido”, “dá à luz”, e “gera”. Temos aqui a idéia do processo biológico do nascimento. Embora esses termos sejam aplicáveis à experiência humana, no Grego, segundo alguns estudiosos, esses termos são aplicados para a concepção, geração e parto de animais. Especificamente “dá à luz”, “parir”, aqui é uma expressão indicando o trabalho de algum animal “parindo”. Vejamos novamente, a sequência: “a cobiça fica ‘prenha’, e “pare” o pecado; este, depois de crescido, “desova” a morte. Ah! Se pudéssemos perceber o significado e a profundidade e a gravidade de darmos lugar à lascívia e aos desejos malignos em nossas mentes e corações!

O apóstolo Tiago usa as palavras do camponês e criador de animais para descrever o que acontece àquele que cede aos desejos da carne. Quando nós nos entregamos ao domínio da lascívia e dos maus intentos da nossa carne; quando o pecado reina sobre nós, aí somos reduzidos e degradados e nos tornamos muito menos que seres humanos; nessa condição somos equiparados às vacas e touros de Basan, e  a leões famintos e devoradores os quis sem piedade, afrontavam o Filho de Deus quando pendurado na cruz, como descreve o Salmo 22:

1Meu Deus, meu Deus,

por que me abandonaste?

Por que ficas tão longe?

Por que não escutas

quando grito pedindo socorro?

2Meu Deus, durante o dia eu te chamo,

mas tu não respondes.

Eu te chamo de noite,

mas não consigo descansar.

3Tu, porém, és santo

e, sentado no teu trono,

recebes os louvores do povo de Israel.

4Os nossos antepassados puseram

a sua confiança em ti;

eles confiaram em ti, e tu os salvaste.

5Eles te pediram ajuda

e escaparam do perigo;

confiaram em ti

e não ficaram desiludidos.

6Eu não sou mais um ser humano;

sou um verme.

Todos zombam de mim e me desprezam.

7Todos os que me vêem caçoam de mim,

mostrando a língua

e balançando a cabeça.

8Eles dizem:

“Você confiou em Deus, o Senhor;

então por que ele não o salva?

Se ele gosta de você,

por que não o ajuda?”

9No entanto, ó Deus,

tu me trouxeste ao mundo

quando nasci

e, quando eu era uma criancinha,

tu me guardaste.

10Desde o meu nascimento,

fui entregue aos teus cuidados;

desde que nasci,

tu tens sido o meu Deus.

11Não te afastes de mim,

pois o sofrimento está perto,

e não há ninguém para me ajudar.

12Como touros, muitos inimigos

me cercam;

todos eles estão em volta de mim,

como fortes touros da terra de Basã.

13Como leões, abrem a boca,

rugem e se atiram contra mim.

14Já não tenho mais forças;

sou como água derramada no chão.

Todos os meus ossos

estão fora do lugar;

o meu coração

é como cera derretida.

15A minha garganta está seca

como o pó,

e a minha língua gruda

no céu da boca.

Tu me deixaste como morto no chão.

16Um bando de marginais

está me cercando;

eles avançam contra mim

como cachorros

e rasgam as minhas mãos

e os meus pés.

17Todos os meus ossos

podem ser contados.

Os meus inimigos me olham

e gostam do que vêem.

18Eles repartem entre si

as minhas roupas

e fazem sorteio da minha túnica.

19Ó Senhor Deus,

não te afastes de mim!

Vem depressa me socorrer.

20Salva-me da espada;

não deixes que esses cachorros

me matem.

21Livra-me desses leões;

não consigo me defender

desses touros selvagens.

22Então contarei à minha gente

o que tens feito;

na reunião do povo eu te louvarei,

dizendo:

23“Louvem a Deus, o Senhor,

todos os que o temem.

Descendentes de Jacó,

prestem culto a Deus!

Povo de Israel,

adore o Senhor!

24Ele não abandona os pobres,

nem esquece

dos seus sofrimentos.

Ele não se esconde deles,

mas responde

quando gritam por socorro.”

25Na reunião de todo o povo,

ó Senhor,

eu te louvarei pelo que tens feito.

Na presença de todos

os que te temem,

oferecerei os sacrifícios

que prometi.

26Os pobres comerão

da carne dos sacrifícios

e ficarão satisfeitos;

aqueles que adoram o Senhor

o louvarão.

Que sejam sempre prósperos

e felizes!

27Todas as nações

lembrarão de Deus, o Senhor,

todos os povos da terra

se voltarão para ele,

e todas as raças o adorarão.

28Pois o Senhor é Rei

e governa as nações.

29Todos os orgulhosos se curvarão

na sua presença,

e o adorarão todos os mortais,

todos os que um dia vão morrer.

30As pessoas dos tempos futuros

o servirão

e falarão às gerações seguintes

a respeito de Deus, o Senhor.

31Os que ainda não nasceram

ouvirão falar do que ele fez:

“Deus salvou o seu povo!”

Sob essa vergonha e essa dor que sofreu e ainda sofre por causa dos nossos pecados, o Senhor nos exorta e corrige em termos firmes, como vemos em Oséias 4:15-19:

O povo de Israel está sendo infiel a mim, mas espero que o povo de Judá não seja culpado do mesmo pecado. Não adorem em Gilgal ou em Bete-Avém, nem façam ali promessas em nome do Senhor Deus, que vive para sempre. O povo de Israel é teimoso como uma vaca brava. Não posso cuidar do meu povo como um pastor cuida das ovelhas num pasto grande. O meu povo se entrega à adoração de ídolos, e não se pode fazer nada quanto a isso. Eles ficam embriagados e se entregam à imoralidade, levando assim uma vida de desonra. Um vento os carregará para longe, e ficarão com vergonha da sua idolatria.

Glória

O apóstolo Tiago não é tão pessimista. Ele é usado por Deus para nos trazer esperança. Ele nos alimenta a esperança de uma coroa. A coroa da vida. Propositadamente, fizemos uma inversão nesta mensagem. Deixamos seu início para o fim. É sempre bom terminar com esperança e alívio.

Nosso mestre, Tiago, no verso 12 do capítulo primeiro, faz uma preparação para depois apresentar toda a substância ético-espiritual da sua teologia do pecado. Achei por bem deixar o início para o fim como que uma deliciosa sobremesa.

“Feliz é aquele que nas aflições continua fiel! Porque, depois de sair aprovado dessas aflições, receberá como prêmio a vida que Deus promete aos que o amam”. Para nosso melhor proveito, tentei uma tradução do grego, com auxilio do Inglês. Ficou assim, “Abençoado (makarios) é aquele que resiste o poder da tentação (peirasmon), permanecendo estável e calmo, porque depois de tornar-se aprovado (dókimos), recebe a coroa (stephanon) da vida (zoe), a qual Deus prometeu aos que o amam”. Nosso texto é claro em afirmar que aqui se trata de tentação e não provações comuns. O permanecer estável e calmo significa que nenhuma mudança ocorreu nem no estado físico, nem no emocional, nem na estrutura moral, nem na estabilidade familiar, nem nos relacionamentos. Não houve destruição; não houve vergonha; não houve intimidação; não houve briga; não houve separação; não houve constrangimento. Ele permaneceu. Esta idéia de permanecer é a mesma idéia da estabilidade do casamento, nos relacionamentos, no trabalho, na célula, na igreja, em casa, nos estudo, etc.

Aquele que enfrenta e vence as tentações será abençoado, bem aventurado (makarios) e receberá a coroa da vida.

Na vida presente ele virá a ser uma pessoa conhecida como alguém que é uma coluna. Nos antigos palácios da Grécia as colunas eram em formato de homens e mulheres, com o dorso das mãos sobre a cabeça e a palma das mãos para cimo, como que sustentando todo o peso do prédio. Aquilo representava a firmeza do caráter das pessoas. Eles eram dókimos, eram os aprovados. Eles eram como o aço purificado no fogo, livre de misturas e impurezas; eram pessoas de quem as podridões do caráter foram erradicadas, e agora estão aptos a sustentarem suas vidas, seus cônjuges, seus filhos, seu rebanho, seu povo, sua nação.

Na vida porvir eles receberão a coroa (stephanon) da vida. Nos tempos antigos a coroa era associada ao menos quatro grande situações.

Primeiro, havia a coroa de flores, que eram usadas em ocasiões de alegria, como em casamentos e festas.  Um exemplo está em Cantares 3:11, “Mulheres de Sião, venham ver o rei! O rei Salomão está usando a coroa que recebeu da sua mãe no dia do seu casamento, naquele dia de tanta felicidade”.

Havia a cora real. Usada pelos reis e por outros investidos de autoridade. Em geral, eram coroas de ouro, às vezes, de faixas de linho branco, usadas na fronte das cabeças (Salmos 21:3).

Havia as coroas de folhas de louro, ou laurel, que eram as coroas das vitórias obtidas nas competições, as quais eram muito cobiçadas pelos atletas. O apóstolo Paulo escreveu sobre esse tipo de coroa.                                 “E agora está me esperando o prêmio da vitória (a coroa da justiça), que é dado para quem vive uma vida correta, o prêmio que o Senhor, o justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos os que esperam, com amor, a sua vinda” (2 Tm.4:8).

Havia um tipo de coroa que simbolizava dignidade e honra. A honra adquirida pelo ensino dos pais, por exemplo (Pv. 1:9); era a coroa destinada àqueles se portavam com sabedoria e correção (Pv. 4:9). Nos tempos antigos, em ocasiões de derrotas, instabilidades  e desonra, usava-se dizer, “A coroa caiu de nossa cabeça”, que em Lamentações está com outras palavras,  “Nada sobrou daquilo que era o nosso orgulho. Nós pecamos e estamos condenados” (Lm. 5:16).

Todas as coroas estão incluídas na coroa da vida daqueles que vencem as tentações e o pecado. O cristão vencedor tem todas as coroas; a dos tempos de júbilo, pois estamos sempre em festa; temos a coroa da realeza, pois fomos feitos filhos do Rei; temos a coroa da vitória, pois somos atletas fiéis de Cristo; temos a coroa da dignidade, pois fomos justificados pelo sangue do Cordeiro.

Conclusão.

Que coroa é essa? É a coroa da vida. Ela consiste da vida. Tiago nos assegura de que aquele que permanece firme e vence os desejos da carne e o pecado, receberá a Coroa da vida. Finalizemos com um aviso solene:

“Escutem! – diz Jesus. – Eu venho logo! Vou trazer comigo as minhas recompensas, para dá-las a cada um de acordo com o que tem feito… Felizes as pessoas que lavam as suas roupas, pois assim terão o direito de comer a fruta da árvore da vida e de entrar na cidade pelos seus portões! (Ap. 22:12 e 14).

“Eu venho logo. Guardem o que vocês têm, para que ninguém roube de vocês a coroa da vida, o prêmio da vitória” (Ap. 3:11).

Publicado por Pr. Wilson

cumprindo a carreira que me foi proposta

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