Pais e Filhos: Imagem e Missão


Pais e Filhos: Imagem e Missão

Nataniel Soares dos Santos

     Abordar, falar e promover a dignidade do ser humano, significa compreendê-la em seus extremos, da vida embrionária até a condição do paciente terminal.Trata-se de uma confissão de fé.Deus é o criador da vida e em Jesus Cristo toda pessoa foi, é e sempre será amada por Ele.A fé cristã enxerga a realidade a partir de Deus como doador da vida. O testemunho das sagradas escrituras resgata o respeito profundo diante da vida, declarando que ela não é propriedade privada. A vida é doação de Deus para que possamos ver sentido em nossa existência. É necessário recuperar e manter o temor diante da vida e suas relações. Como povo de Deus temos o compromisso de afirmar a dignidade humana e, isso só será possível na medida que declaramos que a vida humana é um dom de Deus. Falar do humano e do seu valor pressupõe falar do ser humano como imagem de Deus. A identidade humana (Quem somos?) está diretamente relacionada à imagem de Deus (Imago Dei). Somos o que somos à medida que nos apropriamos da nossa imagem, da imagem de Deus. Ao declarar que o ser humano foi projetado por Deus, repetimos a pedra angular da antropologia bíblica e cristã: Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. O ser humano é uma criatura semelhante ao seu criador.

Também disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança: tenha ele domínio… (Gn 1:26)

Criou Deus, pois, o homem à sua Imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27)

Afim de que todos sejam um; e como és tu; ó Pai, em mim e eu em ti; também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste (Jo 17.21).

O verdadeiro sentido e propósito da vida humana, encontra-se apoiado na possibilidade de viver de acordo com a Imago Dei. Como essa imagem de Deus se manifesta no ser humano? De que maneira se expressa em e através do ser humano? Deus na sua pessoalidade, possui atributos próprios que não são comunicáveis ao ser humano, como sua onipresença, onisciência e onipotência. Outros atributos divinos são compartilhados com a sua criação especial. Deus comunica a capacidade relacional, criativa e capacidade de exercer poder.

A compreensão das pessoas como foram criadas é fundamental quando se considera o processo de restauração, pois fica mais fácil compreender o estrago de algo quando vemos um quadro de sua integridade original. A profundidade de nosso esfacelamento como pessoas somente pode ser captado à luz de nossa integridade criada. O arrependimento genuíno e a restauração só podem ocorrer de fato sob essa perspectiva.

Pela própria existência das escrituras sagradas e pela entrada do filho de Deus no tempo (a encarnação), aprendemos que a verdadeira natureza de Deus é falar, comunicar seus pensamentos, a si próprio, para outros. Por natureza, Deus é perpetuamente comunicativo. Somos criados à imagem de alguém cuja voz não esteve calada desde o princípio da criação. O que significa ser criado à imagem de alguém que fala? Significa que recebemos uma voz. Somos seres comunicativos como Ele é.

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles (Hb 1.1-3).

A voz explica a pessoa a outros com palavras que podem ser entendidas. A voz é uma extensão de si-próprio. Deus fala, nós falamos. Tudo o que distorce a voz de Deus resulta na destruição da pessoa. Tudo que silencia a voz destrói a imagem de Deus no ser humano. A comunicação divina e humana revela que somos à semelhança dele, seres relacionais com capacidade de amar e ser amado; capacidade criativa, Deus cria e o homem recria; capacidade de exercer poder através da expressão de nossa pessoalidade.

É no próprio texto bíblico que encontramos o fundamento para a interpretação da Imago Dei. No relato do Gênesis encontramos a insubstituível e inigualável revelação de quem Deus é e quem nós somos. Olhando para o texto bíblico, deduzimos que as expressões “imagem e semelhança” implicam paralelos entre Deus e o homem. Nosso conceito e conhecimento de Deus à luz das sagradas escrituras determinam o conceito e a compreensão do ser humano. Sendo, assim, oque nós somos é fornecido pela revelação que procede de Deus e não obtida isoladamente por uma busca humana de autoconhecimento por melhor e maior esforço dispensado. Esse é o princípio fundamental para a compreensão de quem nós somos e qual é o nosso propósito. Portanto, imagem e missão humanas, só podem acontecer através da iniciativa de comunicação de Deus aos homens. Essa é a afirmação central do cristianismo que consiste no fato de que Deus nos fez para que nos tornemos imagem e semelhança do seu filho, vivendo para o cumprimento da nossa vocação, missão e propósito. Dessa conformidade, toda criatura humana deve progressivamente imitar o modelo de peregrinação terrena de Jesus de Nazaré. A Imago e a Missio Dei tem sua expressão exata Nele, através de sua humanidade perfeita. Quemdeseja saber e expressar essa imagem e missão divina não deve se perder em elucubrações teológicas e filosóficas, mas fixar seu olhar em Jesus, crendo Nele e crescendo na sua imitação.

Ele é a imagem de Deus invisível, o primogênito de toda a criação (Cl 1.15).

Então, eles lhe perguntaram: onde está teu pai? respondeu Jesus: não me conheceis a mim nem a meu pai; se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai (Jo 8.19).

Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Diss-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.8-9).

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade (Cl 2.8-9).

Com essa firme convicção de quem somos, podemos não só entender, mas exercer a nossa vocação (Missio Dei). A missão de Deus diz respeito ao seu propósito e emana de quem Ele é, pois está ligado à sua própria natureza. Portanto a missão é o que impulsiona a buscar algo em detrimento de outras coisas. Por isso o apóstolo Paulo, em poucas palavras, definiu sua identidade e missão: “Pois n’Ele vivemos, e nos movemos e existimos” (Atos 17:28).

Viver em alinhamento com a Imago e Missio Dei é a nossa única opção de humanidade. Pelo fato de sermos imagem e semelhança de Deus, recebemos d’Ele o mandato (de mãos dadas), com vistas ao cumprimento da nossa missão em seus diversos objetivos e metas.

E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos,multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a (Gn 1.28).

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.19-20).

Agora chegamos ao ponto de nossa reflexão prática: Quais as implicações conceituais e práticas da compreensão da imagem e missão de Deus no ordenamento familiar?

A compreensão da imagem e a missão divina determinam um realinhamento fundamental e revolucionário na relação marido e esposa, pais e filhos. Todos os participantes são tocados e desafiados profundamente na convivência comum do lar. Desenvolve-se uma nova perspectiva do mandato e das funções de cada um. Bem ajustadas e exercitadas produzem mutualidade, resultando no benefício de todos ehonra a Deus, além do impacto social que esses lares fornecem em uma sociedade ainda sem Deus.

Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor. Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura (Cl 3.18-19).

Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos,amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef 5.24-25).

Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações (1 Pe 3.7).

A estabilidade conjugal vivida em termos bíblicos e neo-testamentário fundamenta toda a boa educação dos filhos pelos pais. Os pais projetam nos filhos a Imago Dei (sua identidade) e confirmam neles o seu real propósito de vida (Missio Dei).

Essa sequência de relatos demonstram o desejo de Deus de sempre estabelecer no convívio do lar um estilo de vida em que marido e esposa, pais e filhos e irmãos, exerçam suas funções sem recorrerem a supremacia de um sobre outro, mas em si apropriar do fato de que todos são co-herdeiros da mesma graça divina. O resultado obtido produzirá equipes de uma-só-carne e familiar, como expressão da Imago e Missio Dei.

Liderança, auxílio e submissão serão sempre qualidades funcionais visando o bem comum e a glória de Deus, jamais sendo usadas como status ou títulos. A plenitude no casamento, na paternidade e na filiação depende de Deus e do bom ajuste funcional das partes envolvidas. Esse é o crescimento que procede de Deus, comunicado e transmitido por Ele ao ser humano, e que por sua vez, deve fazê-locomo mandato geracional. Nunca será demais esse princípio de repetição (princípio deuterocanônico), pois gradualmente produzirá como resposta humana a realidade que Deus estabeleceu em seu plano original.

Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.Saireis com alegria e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro, crescerá o cipreste, e em lugar da sarça crescerá a murta; e será isto glória para o Senhor e memorial eterno, que jamais será extinto (Is 55.8-13).

Efeitos da queda no ordenamento familiar

A ênfase da escritura sagrada é que cada pecado é uma quebra do que Jesus chamou de o primeiro e grande mandamento, tanto no fracasso de amar a Deus com todo o nosso ser, como a recusa ativa de reconhecê-lo e obedecê-lo como nosso criador e Senhor. Ousamos proclamar a nossa independência, nossa autossuficiência, com isso negamos nossa própria imagem e missão como procedente de Deus. Reivindicamos a posição que somente Deus pode ocupar. Assim, o pecado em essência é a hostilidade do homem para com Deus e dirigida contra Deus.

A história no Éden expressa à gravidade do pecado e sua extensão. Ele trouxe morte espiritual (imediatamente) e progressivamente morte física ao homem, separando-o da comunhão com Deus e espalhando essa condição a todos os homens. Em Adão todos se tornaram pecadores:

Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12).

A extensão do pecado é total, não só no sentido geográfico, mas compromete toda a personalidade humana. Daí o apóstolo Paulo e todos os reformadores descreverem a condição humana decaída como depravação total, implicando que todas as faculdades humanas foram atingidas em cheio pelo pecado. Não podemos citar qualquer área personalidade humana que possa reivindicar auto justificação moral. Após a queda a humanidade toda necessita de redenção. A depravação total representa então a incapacidade total do homem de não só obter salvação, como também de ter uma resposta adequada em relação à vontade de Deus.

Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim (Rm 8.15-20).

Todos os esforços humanos isolados e independente de Deus por melhor e maior que sejam, não alteram a condição decaída. Isso não que dizer que não haja nenhuma expressão de bondade no ser humano, pois se fosse assim isso nos igualaria a demônios e tiraria de nós e, além disso, tiraria de nós a responsabilidade moral diante de Deus e do nosso semelhante. O fato é que Deus no seu amor incondicional manifestou sua bondade, preservando um remanescente de sua imagem em cada ser humano para que ele mesmo caído tenha condições de responder ao chamado gracioso de Deus. Jesus Cristo demonstrou esse fato ao fazer um paralelo da paternidade humana com a paternidade divina, com vistas a destacar a perfeita vontade do Pai Celestial em relação ao ser humano.

Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem? (Mt 7.9-11).

Nessa passagem bíblica Jesus destaca a perfeita vontade de Deus em relação ao ser humano, e o seu convite a uma experiência, em perfeita confiança, entre o homem e o seu Deus.Ao mesmo tempo Jesus deixou evidente, o fato de que a Imago Dei foi preservada mesmo em sua forma remanescente para que nas relações humanas fosse expressos gestos de bondade

O pecado adâmico produziu na raça humana uma paternidade decaída geradora de uma parentalidade defeituosa e disfuncional responsável pela violência doméstica em suas várias modalidades, assim como, abusos físicos e sexuais dos filhos pelos pais, principalmente vitimando suas crianças. Conflitos, competições, divórcios, supremacia dos mais “fortes” sobre os mais vulneráveis, por imposição pessoal ou mesmo justificadas culturalmente, difundiram-se na história humana. Hostilidades como constrangimentos, assédios moral e sexual alcançaram grandes proporções, conforme vemos em Gênesis: “A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência” (Gn 6.11).

Tanto o divórcio, quanto os maus tratos físicos e verbais dos filhos pelos pais, revelam o efeito cruel e violento do pecado sobre a Imago e Missio Dei comunicada ao ser humano. O ordenamento familiar original foi alterado em seu mandato funcional e, até mesmo em seu formato (incesto, infidelidade, poligamia, casamento homossexual e etc); produzindo traumas nos participantes da família, principalmente nos mais vulneráveis: mulheres, idosos e crianças. Silêncio provocado pela intimidação que mais cedo ou mais tarde ocasionam quadros depressivos e, até mesmo suicídios ou assassinatos. Isolamentos produzidos pela vergonha determinando solidão, fobias e sociopatias. Também, os traumas desempoderam as vítimas de sua pessoalidade (singularidade). O pecado nos separa de Deus. Ele converte a luz em trevas, o gozo em tristeza, a vida em morte. Ele destrói as promessas, mata as esperanças, dá-nos serpentes em vez de peixes, pedra em lugar de pão, tormento em lugar de prazer. O pecado sempre destrói e nunca edifica, promete, mas nunca cumpre. Quando avaliamos um marido que abusa física e (ou) sexualmente de sua esposa; ou pai que abusa de sua criança, filho ou filha, altera a perspectiva dessas vítimas em sua aproximação de Deus. Isso ocorre porque de alguma forma, o marido e (ou) pai recebem de Deus o mandato de transmitir a Imago e Missio Dei aos que lhe foram confiados. Somente um coração endurecido pelo pecado pode produzir essas formas de violência doméstica e abuso infantil e ainda aceitá-las como culturalmente aceitas. Tanto o divórcio, como o abuso infantil, serão sempre reflexo da dureza do coração humano, jamais devendo serem aceitos como natural e não traumática em sua ocorrência.

Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais? (Ml 2.10).

E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Não fez o Senhor um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis (Ml 2:14-16).

Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério] (Mt 19.4-9).

Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, porventura, o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles.E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe. Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar (Mt 18.1-6).

Deus comunicando através do profeta Malaquias e, também por meio do seu filho, não oferece qualquer remendo, atalho ou justificativa ao seu plano original; Ele definiu o ordenamento familiar padrão. Assim, o divórcio e o abuso infantil sempre revelarão a dureza do coração humano, não sendo uma opção para o povo de Deus; pois em sua natureza, o divórcio afronta a natureza do Deus da aliança (Jeová Hessed) e por meio da sua gravidade e violência resulta em feridas e traumas em todos os membros da família, além de comprometer o plano de Deus à gerações futuras. Mulheres e crianças são frágeis demais para suportar tamanha violência doméstica e abuso infantil.

A restauração do ordenamento familiar

A cruz de Cristo acima de qualquer outro instrumento, revela a gravidade e extensão do pecado, pois em ultima instância, o que enviou Cristo ali foi a nossa rebeldia, nosso orgulho, enfim, todos os nossos pecados. Foi a resolução do próprio Cristo em amor e misericórdia que levou sobre si o juízo de todos esses pecados, a fim, de desfazê-los. Quando encaramos a cruz de Cristo com seriedade, sentimos vergonha de nós mesmos. Não houve outro modo pelo qual o Deus santo e justo pudesse perdoar nossas injustiças, a não ser levando-a Ele mesmo sobre a cruz em Cristo. Se vemos a cruz dessa maneira, estaremos prontos a colocar nossa confiança totalmente em Jesus Cristo como redentor de quem desesperadamente precisamos. Só a confiança Nele produzirá cura e restauração para as feridas e traumas produzidos pela violência doméstica e abuso infantil. Ele quebrará essa maldição familiar, restaurando o casamento e a paternidade em um novo reordenamento conforme seu plano original.

Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave (Ef 4.31-32 e 5.1-2).

A cruz de Cristo será sempre o ponto central de toda a redenção, pois foi através dela que Jesus de Nazaré, o filho de Deus tomou de assalto os portões do inferno, mesmo se dobrando a nossa finitude e fragilidade.

Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele ainiquidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.

Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si (Is 53.4-11).

Que através do nosso ministério, dos nossos casamentos e da paternidade restaurada possamos ver juntamente com Cristo o fruto do penoso trabalho de nossas almas: Uma família de sacerdotes do reino, restaurando famílias em Cristo, pois nos foi concedida a graça de padecer por Cristo e não somente de crer Nele.

Publicado por Pr. Wilson

cumprindo a carreira que me foi proposta

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