O ESPIRITO SANTO
CARISMA E CARÁTER
INTRODUÇÃO
No inicio Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, e o colocou no Jardim do Éden, para o cultivar e guardar.
O homem e sua mulher tinham contato diário com Deus. Poderíamos imaginar qual seria a conversa diária do homem com Deus? Com certeza a conversa não girava em torno de temas como dores, lutas, preocupações financeiras, doenças ou mortes. O que será que um pai conversa com um filho bebê? Naqueles primeiros contatos entre o Pai (criador) e o Filho (criatura), o que podemos imaginar seria somente transmissão de proteção, amor, e integridade (caráter).
O homem pecou. As conseqüências imediatas desse pecado, vimos no capítulo 3 de Gênesis, e, dentre elas podemos destacar:
- A introdução da morte física.
- A perda da natureza de Deus. Deus já não estava mais em contato direto com o homem. O homem perdendo o relacionamento paternal.
- A expulsão do Jardim do Éden. Deus colocando anjos, para guardar o acesso a árvore da vida.
O homem passa a viver conduzido pela sua própria natureza. Tratamos esta natureza pelo nome de carne. O homem passa a ser guiado pela carne, isto é, pelos sentimentos, emoções, desejos, vontade. Satanás, conhecedor profundo da natureza humana, da carne, agora manipula o ser humano, tornando-se senhor de algo que nunca foi dele por direito, mas, permitido pelo próprio homem ao sair da cobertura divina.
As conseqüências do pecado de Adão são perpetuadas em sua descendência. A natureza adâmica torna-se um legado, uma herança, com todos nascendo sob esta influência ou genética. Estávamos presos, nos tornamos escravos de uma situação que em sã consciência nunca quereríamos.
O plano inicial de Deus tinha sido frustrado. Satanás sairia vitorioso? Paulo em sua carta a igreja de Éfeso diz no capítulo 1 versículo 4-5:
“Muito antes de criar o mundo, Deus nos escolheu para Lhe pertencermos, por meio do que Cristo faria por nós; naquela época Ele decidiu fazer-nos santos aos seus olhos, sem uma única falta – a nós, que nos encontrávamos diante dele cobertos com o seu amor. Seu plano imutável sempre foi adotar-nos em sua própria família, pelo envio de Jesus Cristo para morrer por nós. E Ele fez isto porque que quis” Bíblia viva.
Era a graça salvadora que nos dava a vida enquanto estávamos mortos em nossos delitos.
Inicialmente, Deus nos proporciona a lei para servir de aio, até a concretização do seu plano para nós (a nova aliança). Certo pregador da antiguidade comparou:
“Se a lei sendo nosso aio, nos encerra debaixo dela, não é um adversário, mas, um colaborador da graça. Mas se, após a chegada da graça ela continua a nos subjugar, torna-se um adversário, porque restringe os que deveriam progredir para a graça, e destrói, conseqüentemente, a nossa salvação. Se a vela que da noite nos guardou, quando chegasse o dia, nos guardasse do sol, ela deixaria de nos beneficiar; mais que isso, ela nos prejudicaria. Assim faz também a lei, quando se interpõe entre nós e os benefícios maiores”.
A lei não veio para nos salvar, mas, trazer consciência do pecado. Sob a velha aliança, a lei de Deus era externa, escrita em tábuas de pedra e em pergaminhos.
Pela velha aliança para cumpri-la dependíamos em quase sua totalidade do esforço humano.
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19:5,6).
Pela nova aliança dependeríamos totalmente do poder de Deus.
“Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei: eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor, até ao maior deles, diz o Senhor. Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” (Jr 31:31-34).
Na nova aliança, a lei passaria a ser interna, sendo gravada em nossos corações, pelo Espírito Santo de Deus.
“Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2º Co 3:3)
Que maravilha! A graça de Jeová Hessed nos proporcionando cumprir, esta nova aliança.
I – O novo Adão: A nova Aliança = Jesus
“Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu… eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” Jr 18.
Deus não faz remendos. Ele faz tudo novo. O apóstolo João retrata nos primeiros versículos de seu evangelho (João 1:1-14) o plano de Deus sendo concretizado.
O primeiro homem, Adão, desobedeceu e degenerou-se, transmitindo esta degeneração a toda sua descendência. Deus se fez homem, habitou em nosso meio. Foi batizado, e, neste momento tão especial (do batismo), nota-se claramente, o seu plano em ação:
- Os céus se abriram;
- O homem (Jesus) recebe novamente a natureza de Deus, habitando em sua vida;
- E por fim, a declaração universal de paternidade.
Era Deus tomando posse novamente da sua criação. Era um novo Adão, e Este foi obediente até o fim. Mesmo estando sujeito às mesmas necessidades e tentações humanas, não pecou. Satanás em desespero, usando sua arma mais poderosa, a morte, resolve acabar com esta criação. Supondo talvez, que esta prisão “invulnerável”, poria um fim ao projeto de Deus.
O novo Adão foi cruelmente morto. Satanás venceu? Nunca! Enquanto Jesus estava sepultado, o plano continuava em ação. Naqueles três dias, a liberdade chegava aos que haviam partido antes da chegada da Nova Aliança, e, aproveitando o ensejo daquela estadia ali nos domínios de Satanás, Jesus toma do inimigo as chaves da morte e do inferno:
“…Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1:18).
Glórias a Deus, que nos permite cantar alegremente:
“Jesus a rocha eterna, a pedra angular que os poderes do inferno não puderam derrubar. Jesus a vida eterna deixou glória e poder. Em um sacrifício vivo por nós veio morrer, mas a morte e o inferno não puderam derrotar, pois havia um plano eterno que o fez ressuscitar”
II – O Espírito Santo
O plano é um sucesso! Tudo conforme Deus havia planejado antes da fundação do mundo! Adão, o novo, cumpriu o seu papel, novamente o homem passa a pertencer a Deus. Mas só um havia cumprido as exigências, e os outros?
Os homens como nascem na velha fôrma, ainda mantém características e fraquezas inerentes à queda do primeiro Adão. E como fazer distinção entre os da velha e os da nova matriz?
A primeira matriz continua a produzir sementes segundo a sua fôrma. Qual a solução?
Nascer de novo! Precisaríamos morrer para a velha matriz e nascer na nova matriz.
“A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem em seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1:12,13)
No novo nascimento recebemos o Espírito Santo de Deus! É a natureza do próprio Deus habitando novamente no homem. Lembram da promessa em Jeremias 31:31-34?
A marca da promessa
Paulo usa dois termos em conexão com o Espírito: Penhor e Selo
“Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração” (2 Co 1:21,22)
“…Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados como o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef 1:13,14)
A palavra grega para Penhor é arrabõn. Naqueles tempos qualquer transação comercial que envolvesse venda e compra, ou em qualquer transação legal que implicasse em prestação de serviços por uma soma pré-determinada, era pago um arrabõn. O arrabõn era o pagamento adiantado de uma parte do preço ou de uma parte dos emolumentos como garantia de que, no tempo devido, a dívida inteira seria liquidada. O dom do Espírito Santo é, portanto, um antegozo da vida do próprio Deus, e um penhor, uma garantia de que, um dia, Deus cumprirá a Sua promessa e capacitará o cristão a ingressar nessa vida. Aquele que está no Espírito tem a própria vida de Deus dentro de si.
A palavra grega para selar é sfragizein. No mundo comercial antigo, um selo era comumente usado de modo bem semelhante à marca registrada dos nossos dias. Era o sinal da propriedade, ou a prova de que um artigo era produto de determinado homem ou firma. Sendo assim, por exemplo, jarras de vinho eram seladas com o selo do dono da vinha de onde provinham. A posse do Espírito Santo é a garantia de que determinado homem pertence a Deus. Quem tem o Espírito, a vida dele é o produto da obra de Deus.
Na carta de Paulo aos Romanos (8:1-17), podemos verificar o relacionamento do Espírito de Deus e o espírito do homem:
a) O Espírito nos traz libertação da lei do pecado e da morte (v.2);
b) A nossa inclinação para o Espírito nos traz vida e paz (v.6);
c) Os que não vivem pelo Espírito vivem pela carne e estes não podem agradar a Deus (v.8);
d) Sem o Espírito de Cristo, o homem não pode nem sequer começar a ser um cristão (v.9);
e) O nosso corpo mortal vivifica-se com a vida de Cristo (v.11);
f) O Espírito faz do homem um filho de Deus (v.14);
g) O Espírito de Deus nos assegura nossa filiação (v.16).
Mas, não para por ai, a obra do Espírito Santo é muito maior que podemos pensar. O apóstolo Paulo nos afirma que o Espírito Santo é quem nos garante a vitória (Rm 8:2), que produz frutos cristãos em nossa vida (Gl 5:22,23), quem nos fortalece o homem interior (Ef 3:16), quem nos ajuda em nossas fraquezas (Rm 8:26). O apóstolo João relata que o Espírito Santo é o nosso grande Consolador e Ensinador (Jo 14:16,17 e 26), e ainda, é Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo de Deus (Jo 16:8-11).
Diante de tudo isso concluímos que: o que Cristo começou a fazer e a ensinar o Espírito Santo vai completar.
III – Dons e Fruto – Carisma e Caráter
O Espírito Santo de Deus faz parte da trindade divina, e habitando no homem, traz, conseqüentemente, às características dessa trindade no seu viver cotidiano. Vejamos então:
Jesus disse em Atos 1:8:
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”
Vamos separar este versículo em dois pontos: A) receberemos poder – B) seremos suas testemunhas.
A – Recebereis poder:
Assim como na igreja primitiva, hoje em dia, as pessoas ficam impressionadas com a manifestação dos dons.
As multidões sempre estão atrás das manifestações do poder de Deus. É comum notarmos que a procura por curas, bênçãos, palavras proféticas, visões, e revelações, têm se tornado um chamariz, para estas multidões. Os fins justificam os meios?
A bíblia relata o caso de Simão, o mágico, um homem que abraçou a fé cristã, e tendo sido batizado acompanhava Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados, porém, mais à frente, seu caráter se revelou ao tentar comprar o Dom de Deus. O apóstolo Pedro, então, energicamente, duramente, corrige a Simão, porque mesmo que a intenção parecesse ser boa, o intento do coração era mau (At 8:13-23)
O ministério de Jesus aqui na terra, foi repleto de sinais, prodígios e maravilhas, e aos seus discípulos Ele disse que coisas maiores que essas eles fariam. Maiores? Sim, maiores!
Jesus em Marcos 16, diz:
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem às mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”
Em João 24:49 ele orienta aos discípulos
“Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.”
Fica claro que os dons são para nós, e queremos todos. Embora o interesse de alguns cristãos pareça estar limitado principalmente aos dons de línguas, profecias e curas, é bom sabermos que muitos outros dons são relatados nas escrituras, então vejamos:
– A) I Coríntios 12:8-10 – palavra da sabedoria, palavra do conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas, e interpretação de línguas;
– B) I Coríntios 12:28-30 – apóstolos, profetas, mestres, operadores de milagres, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas, interpretação de línguas;
– C) Romanos 12:6-8 – profecia, ministério, ensino, exortação, contribuição, presidir, misericórdia;
– D) Efésios 4:11-12 – apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, mestres;
– E) 1 Pedro 4:11 – “Se alguém fala…”, “Se alguém serve…”.
Ao compararmos as listas, nem sempre estão claro quais dons são idênticos, mas, é quase certo que no conjunto, o Novo Testamento faça referência a vinte ou mais dons diferentes. O que realmente é importante para nós é sabermos que devemos:
“Servir uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (I Pe 4:10).
Paulo nos confirma que os dons são diversos, que há diversidade nos serviços e diversidade nas realizações;
“Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos” (1 Co 12:4-6).
Tudo isto visando um fim proveitoso, com intuito de abençoar a outros, é o sobrenatural de Deus, suprindo as necessidades que estão além de nossa capacidade natural;
“A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso” (1 Co 12:7)
São dados pelo Espírito Santo, como lhe apraz, a cada um, individualmente;
“Mas um só, e o mesmo Espírito realiza todas estas cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.” (1 Co 12:11).
Os dons são para revelar o poder a graça e a misericórdia de Deus, e não daqueles que são meros canais.
Eles são as continuidades da ação do poder de Deus, aqui na terra, agora não somente através de um novo Adão (Jesus Cristo), mas através de todos os que O receberam e foi-lhes dado o poder de serem feitos filhos de Deus.
B – Sereis minhas testemunhas.
“…Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve andar assim como ele andou” (I Jo 2:5,6)
Andar como Ele andou, significa viver como Ele viveu, ter o comportamento que Ele teve, significa ter o caráter de Cristo em nossas vidas. Para resumir trata-se de estilo de vida.
Paulo em sua 2ª carta a Timóteo capítulo 3, fala que nos últimos dias vai ser muito difícil ser cristão e ali está retratado um mundo em que o estilo de vida cristão deve ser o oposto. Verifiquemos o versículo 10:
“Mas você tem me observado, e sabe que não sou dessa espécie de pessoa. Sabe o que creio, a maneira como eu vivo (estilo de vida) e o que eu quero. Conhece minha fé em Cristo e sabe como tenho sofrido. Conhece o meu amor por você e a minha perseverança”. (Bíblia Viva)
Paulo neste versículo não fala outra coisa a não ser o seu testemunho pessoal de vida e caráter!
Falar é fácil, viver é que são elas!
Como um dito popular se amoldou de uma maneira tão forte dentro da comunidade cristã. Realmente ele pode ser verdadeiro, se formos lutar com nossas próprias forças contra a natureza carnal. Na carne estaremos sempre fadados ao fracasso.
O Dr. Mike Wells retrata muito bem o fato, vejamos:
Já que carne é condição controlada por algo além de Deus, um cristão, vivendo de seus próprios recursos e andando em descrença e egocentrismo, tem as mesmas características de uma pessoa não cristã. Isto também pode ser chamado de andar na carne. A carne não melhora, mas só faz si mesma mais forte; a Bíblia é bem clara nisso “O que é nascido da carne, é carne…’(João 3:6); “…A carne para nada aproveita…” (João 6:63); “…O pendor da carne é inimizade contra Deus…Os que estão na carne não podem agradar a Deus…” (Romanos 8:7,8). Quanto mais a pessoa luta para ser transformada no poder da carne, mais as coisas vão piorar. Por exemplo, imagine, por favor, que meu braço tenha um tique nervoso que me incomode bastante. Às vezes, quando estou pregando, meu braço sem nem avisar dá um tique e bate em meu olho!! Eu crio um plano para vencer esse tique; vou levantar pesos até que meu braço fique bem forte, então, quando começar a querer bater em meu rosto, posso segura-lo no lugar com minha força. Logo que meu braço começa a ficar com um bom músculo, minha esposa me encontra no chão, desmaiado e com olho roxo. Quando acordo, ela indaga o que aconteceu, eu respondo: “Um tique.” Você não vê que o que antes só me perturbava, agora é tão forte ao ponto de poder me matar. Assim é a carne; não podemos melhorar nossas condições em seu poder.
Apenas o Espírito Santo habitando em nós, pode trazer o caráter de Cristo para sobrepujar a natureza adâmica. Devemos buscá-lo então, com todas as nossas forças.
“O Espírito Santo não regenera o indivíduo contra sua vontade; e também ele não pode santificar-nos contra nossa vontade. Precisamos cooperar intimamente com ele, dando-lhe a liberdade de fazer o que entender ser melhor em nossa vida. Devemos ter o cuidado de não entristecê-lo e de não apagar o fogo sagrado que ele quer acender em nós. O resultado de apagar o Espírito Santo é, mais ou menos, o mesmo que entristece-lo. Quando o crente não coopera com ele, ficam, por este fato, limitadas as suas atividades na sua vida” (A B Langston)
Todos os relacionamentos humanos são falhos, por natureza. Desviam de Deus para os ídolos. Desentendem-se com outras pessoas e vivem em discórdia. Desculpam-se em vez de se controlar. Viver em harmonia com Deus e com as pessoas, e manter-se sobre controle, são obras sobrenaturais da graça de Deus. É o fruto do Espírito.
Este fruto, (a soma de todas estas qualidades cristãs), é a melhor evidência que alguém pode apresentar de ter em si a plenitude do Espírito Santo, por causa da sua solidez e objetividade. A verdadeira prova de uma atuação profunda do Espírito de Deus em algum ser humano, não são suas experiências subjetivas e emocionais, nem sinais espetaculares, mas qualidades morais, como Cristo teve. Creio que um cristão, que alega ter tido experiências grandiosas, mas não tem amor, alegria, paz, bondade e domínio de si, vai causar em todos nós a impressão de que algo está errado com suas alegações. Um outro cristão, que, seja quais forem suas experiências e dons, traz em seu caráter um aroma suave do Senhor Jesus, certamente será preferido para companhia. Isto porque nele vemos uma marca da graça de Deus e um templo do Espírito Santo.
Conclusão
“Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22:11,12)
O cristão que quiser ser cheio do Espírito Santo não pode apresentar-se a Deus pelas metades. Mas, deve apresentar-se a Deus, por inteiro, de corpo, alma e espírito, deixando de lado o homem carnal;
“Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz” (Rm 8:6).
Assim ele testemunhará com propriedade, daquilo que o Espírito Santo faz na vida de outros, tendo como âncora o processo da sua própria santificação.
Então, o poder e a unção do Espírito Santo de Deus fluirão naturalmente, pois bem antes da fundação do mundo, esta sempre foi a intenção do Pai: fazer-nos santos, fazer-nos irrepreensíveis, fazer-nos sacerdócio real, em suma – fazer-nos seus filhos !
Glórias ao Seu nome eternamente! Amém.
Prs. Wilson & Mª do Carmo Sandoval
MGM VII Encontro Nacional 02,03,04/11/01