Por Nataniel Soares dos Santos
Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Pque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados (Romanos 8:14–16).
O ser humano tendo sido criado à imagem de Deus traz com ele características inerentes do próprio Deus, tais como capacidade criativa, vontade, emoções, dentre as quais destacamos também sua capacidade relacional, ou seja, o impulso de amar e ser amado, gerando com isso, o senso de pertencimento—ser propriedade de…, ser parte de. O ser humano, originalmente pertencia a algo maior que ele mesmo, vindo de Deus e cooperando com ele no cuidado da criação, sendo dessa forma destinado a ser parte integral da família de Deus. A queda produzida pelo pecado, entre tantos efeitos, comprometeu todas as capacidades humanas, levando o ser humano não somente a afastar-se de Deus, como também, atingiu sua capacidade de relacionar-se adequadamente com seus semelhantes, prejudicando o seu senso de pertencimento.
Ao longo da história, o que se observa são tentativas humanas de resgatar esse propósito, tornando-se iniciativas frustrantes e mal sucedidas. Religiões, grupos sociais, adesão a filosofias, fazem parte dessas tentativas, que embora pudessem atenuar essa carência humana, demonstraram-se insuficientes. Mas, o próprio Deus em sua iniciativa de salvação, levanta um povo, inicialmente Israel, e depois a Igreja, para resgatar esse senso de pertencimento, e levá-lo ao cumprimento do seu propósito final, de tornar o homem parte e participante da família de Deus.
O Desenvolvimento da Identidade Cristã
O Novo Testamento revela de maneira clara e convincente como acontece o desenvolvimento da identidade cristã a partir da transformação das criaturas humanas em filhos e filhas de Deus. A fé em Cristo é o meio exclusivo de produzir essa transformação, pois “a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (João 1:12). A confiança em Cristo nos possibilita a condição de filiação em Deus, dando acesso ao Pai, que por meio do filho envia o próprio Espírito para fazer morada no coração humano. E essa presença do Espírito acessa diretamente o Pai, e além de produzir uma consciência íntima de quem somos, gera um verdadeiro senso de pertencimento a uma família, cujo Deus é o próprio Pai, o qual nós podemos chamar intimamente de “Aba, Pai!”
Qualquer indivíduo mesmo tendo alguma inclinação religiosa será incapaz de experimentar o que somente a vida em Cristo pode oferecer num relacionamento: a intimidade com o seu Deus, o Pai!
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido (1 Coríntios 2:14-15).
Somente o Espírito de Deus pode produzir no seguidor de Jesus, o conhecimento espiritual e a íntima convicção a quem ele pertence, assegurando-lhe que Deus, o mais elevado de todos os proderes, é de fato e verdadeiramente seu Pai. O Espírito de Cristo em nós nos assegura uma nova consciência de filiação, garantindo-nos não só a dignidade da nossa posição, mas também, nos assegura a continuidade dessa transformação segundo a nova vida que agora temos: família de Deus, filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs do nosso Senhor Jesus Cristo e uns dos outros.
Do ponto de vista prático, o que essas informações e realidades descritas nos comunicam? Essas realidades nos remetem a preservação da nossa identidade em Cristo que jamais pode ser roubada ou diminuída, a despeito das diferentes situações, circunstâncias ou adversidades da vida.
quem nos separará do amor de Cristo? (Romanos 8:35).
Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá (Salmos 27:10).
Embora fazer parte de uma família terrena ou de outros grupos sociais seja parte importante no desenvolvimento da personalidade humana, e contribua para o fortalecimento do senso de pertencimento; não podemos esquecer que mesmo na falta dessas estruturas, a identidade cristã, confirmada pelo próprio Deus em nós é suficiente, a qual nos fala: “…tu és o meu filho amado em quem tenho prazer” (Mateus 4:17).
A cultura de afirmarmos verbalmente a identidade cristã uns dos outros, é boa, positiva, e deve ser cultivada e estimulada. Sem, contudo, perder de vista o fato essencial de que o próprio Deus fala diretamente a nós. A realidade espiritual experimentada ao ouvirmos a voz interior do Espírito Santo nos lembra de quem somos: “O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” É essa voz que nos garante, ao deixarmos nossas reuniões e encontros cristãos, a firme convicção de quem somos, principalmente quando nos encontramos em locais hostis à fé cristã. Essa voz também nos possibilita darmos razão e testemunho da nossa fé àqueles que estão a nossa volta e ainda não pertencem a família de Deus. Assim entendemos a declaração de Agostinho em suas confissões: “…Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti.”
Um Convite a Santidade: A Identidade define o que nos tornamos
Assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: Sejam santos, porque eu sou santo (1 Pedro 1:15, 16).
Como parte da família de Deus e participantes da sua natureza, adquirimos não só uma identidade que declara quem somos, mas especialmente somos convidados por Deus a viver a vida que o agrada. A santidade se impõe como marca distintiva do que nos tornamos agora. “Sejam santos, porque eu sou santo,” passa a ser o nosso principal alvo, onde a felicidade da vida cristã será sempre resultado de uma vida de santidade. Isto se opõe aos pensamentos e atitudes do nosso mundo pós-moderno e hedonista. O homem sem Deus sempre buscará caminhos alternativos de fuga da santidade, em prol de uma momentânea auto-gratificação. Para os que vivem no Espírito, a satisfação e a felicidade serão sempre consequências do viver em santidade, um caminho que não propõe atalhos, mas nos chama a responsabilidade de assumir a graça oferecida e recebida pelo convite de Deus.
Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem; e ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que o buscou diligentemente com lágrimas (Hebreus 12:14-17).
O século XX foi terrivelmente marcado pelo egocentrismo e o individualismo devido à carência afetiva, a indiferença, a dureza de coração e a própria crueldade, tendo como causas e efeitos as duas grandes guerras na primeira metade desse século. O egocentrismo pode ser definido como o cultivo do autoengano, decorrente da autojustificação, autoglorificação e da própria tendência humana de transferir a responsabilidade própria para os outros. Além disso, o egocentrismo ampliou-se com o afrouxamento da disciplina e das obrigações que anteriormente levavam à renúncia aos desejos individuais, quando se opunham à vontade dos pais ou cônjuges. Se essa disposição foi intensa no século passado, tornou-se muito mais exacerbada no século XXI, caracterizado por uma pós-modernidade ateísta e egocentralizada. Hoje a incompreensão tem deteriorado as relações pais-filhos, marido-esposas, vizinhos, colegas de trabalho. Essa disposição expande-se como um “câncer” na vida diária, provocando calúnias, agressões, homicídios psíquicos (desejos de morte), e a própria morte. O mundo dos intelectuais, escritores ou universitários, que deveria ser mais compreensivo, se tornou o mais contaminado sob o efeito da hipertrofia do ego, nutrido pela necessidade de autogratificação e de glória, perpetuando e acentuando esse estado de coisas.
Ainda que na fala desses “intelectuais” pós-modernos surjam bandeiras em defesa dos direitos humanos, e das liberdades, o que se vê produzido é a desintegração cada vez maior das relações humanas, nutrindo xenofobias, racismos, divisões de classes, e outras “fobias” do nosso tempo. As racionalizações com base em premissas arbitrárias e sem fundamentação histórica, combinadas à incapacidade da autocrítica revelam a arrogância e a recusa ao arrependimento e à própria santidade.
porquanto, tendo conhecimento de Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos (Romanos 1:21-23).
Ao avaliarmos esses caminhos propostos como alternativa aos propósitos de Deus, torna-se imperativo decidirmos pela santidade, se de fato nossa identidade é cristã. Assim, quando iniciamos a nossa jornada com Cristo, como seus discípulos, iniciou-se também um processo de transformação em nossas vidas. A partir desse momento da conversão a Cristo, é gerada uma tensão em nossa santificação, uma tensão que chamamos de: a realidade do JÁ e do AINDA NÃO.
- Já fomos alcançados, libertos e perdoados por Cristo, mas ainda falhamos e fracassamos em muitas áreas da nossa vida;
- Já sentimos e percebemos a unção e presença de Deus em muitos momentos especiais, mas ainda não conseguimos mantê-la em momentos e situações cotidianas;
O que fazer então?
Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus (Hebreus 12:1-2).
Livrar-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos cerca.
O que tem impedido que nós como filhos de Deus, venhamos a progredir, a confirmar a nossa identidade cristã, e dessa maneira produzir o fruto que agrada ao Senhor—“tu és meu filho amado em quem tenho prazer”? Nesse texto aos Hebreus, o autor usa dois termos apontando para situações em nossas vidas que nos impedem de avançar e prosseguir firmes.
Ele fala do PESO e do PECADO que nos cercam…
Nenhum atleta/corredor que deseja chegar à frente, corre ou disputa com roupas de inverno. O normal é utilizar roupas bem leves e adequadas para que o atrito com o ar seja o mínimo, levando-o a se preocupar somente com o seu próprio desempenho.
O PESO talvez possa ser aplicado na vida de cada um de forma diferente. Para uns o peso que os prende é a falta de tempo, para outros é o excesso dele; para outros esse peso são as dificuldades e adversidades da vida, e para outros pode ser a falta delas, acomodando-os a vida tranqüila. E assim por diante. Cada um de nós deve saber onde aperta o “calo”, o que está impedindo o seu crescimento. O importante agora é compreender que ao identificar algo que nos prende e nos limita, devemos buscar forças em Deus para superar essas situações.
Quanto ao PECADO, a bíblia ensina que todo pecado é contra Deus, seja em pensamentos, atitudes ou ações. Nós poderíamos citar e falar de diversos pecados que nos cercam hoje em dia, e que infelizmente tem servido de rede e de laço para muitos de nós.
Mas aqui, o importante é saber como nos livrarmos deles. Vejamos:
Primeiramente devemos identificar que pecados estão em nossa vida, através da oração, pedindo a Deus que sonde os nossos corações. Outro passo que devemos dar para nos livrarmos do pecado é confessá-lo a Deus para sermos perdoados. Davi disse: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos constantes gemidos todo o dia… confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei… e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado. Sendo assim, todo o homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te”. (Salmos 32:3-6).
Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel é justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1 João 1:9).
Devemos também, confessar os pecados aos irmãos para sermos curados: “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados…” (Tiago 5:16). A confissão a Deus e aos irmãos, trata o pecado na raiz, assim podemos ser plenamente livres e transformados.
Depois desses passos de fé, devemos também, abandonar o pecado, pois “o que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Provérbios 28:13). Para que isso aconteça, precisamos liberar um poder dentro de nós, através do QUERER, através do exercício da nossa vontade, e também, liberar o poder de Deus, através da FÉ, da nossa rendição a ELE, dessa forma, podemos trazer grandes benefícios para a nossa caminhada, assim podemos entender que “somos santos tentando não pecar, e não pecadores tentando ser santos.”
Correr com perseverança a carreira que nos está proposta.
Após livrar-nos do peso e do pecado, qual é a próxima orientação do autor, para crescermos e avançarmos nessa carreira cristã? Que direção encontramos no texto que lemos inicialmente? Correr com perseverança a carreira que nos está proposta. E o que significa isso?
Correr com perseverança exige de nós, o aperfeiçoamento das nossas atitudes.
Atitude é uma disposição de responder de forma consistente aos estímulos físicos ou mentais e consiste de três componentes: o cognitivo, o emocional e a disposição para uma ação.
Que atitudes devemos aperfeiçoar?
Adoração: Fomos criados para adorar a Deus, reconhecendo-O como Senhor, Soberano, Pai Eterno. Ele é digno. Jó, diante de tanta notícia ruim, se prostrou e adorou a Deus, reconhecendo-O como Soberano Senhor.
Gratidão e Louvor devem ser expressões constantes de quem não merecia nada, a não ser a condenação; de quem não tinha nada e recebeu tudo, uma tão grande salvação, o perdão e o direito de viver na presença de Deus. Gratidão e louvor devem ser o nosso estilo de vida, o estilo de vida daqueles que receberam o privilégio de serem feitos filhos de Deus e participantes da sua herança.
Outra atitude que devemos aperfeiçoar é a de servir. Servir a Deus e às pessoas, abrangendo todas as áreas dos nossos relacionamentos, ou seja, ter a mesma atitude de Jesus: “Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida em resgate de muitos”
Correr com perseverança, nos remete para a renovação da nossa Mente.
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (Romanos 12:1-3).
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4:8).
A renovação da mente ocorre à medida que ocupamos os nossos pensamentos com a Palavra de Deus e a oração. A palavra de Deus desvia os nossos pés dos laços, dos pecados, do engano, corrigindo não somente o nosso comportamento, mas principalmente as nossas intenções, conforme podemos ler em Hebreus 4:12.
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
A Palavra de Deus também traz direção para a nossa jornada cristã, para o nosso dia-a-dia, ela nos ajuda a decidirmos pelo melhor que Deus tem para nós. A palavra de Deus é lâmpada, é luz para os nossos caminhos (Salmos 119:105).
A renovação da nossa mente vem também pela oração. À medida que buscamos ao Senhor em oração, apresentamos a Ele as nossas causas, os nossos conflitos, as nossas aflições, os nossos questionamentos, ao mesmo tempo em que reconhecemos que o Senhor tem o controle de todas as coisas, que nada acontece conosco sem o seu conhecimento. Ele é o nosso Pastor, Ele cuida de cada um de nós. A oração nos leva a reconhecer o Senhor como o Grande EU SOU, e também como o Deus EMANUEL, o Deus conosco.
É também através da oração que os nossos corações são transformados. O nosso orgulho, o nosso egoísmo, a nossa altivez é destruída. Uma pessoa que ora, torna-se humilde, pois sabe que sua vida depende completamente do Senhor.
Nós temos Jesus como exemplo. Mesmo depois de passar todo o dia ensinando as multidões, curando os enfermos, percorrendo as cidades, Ele arrumava um tempo para ficar a sós com o Pai e ali se derramar em oração. Outras vezes, acordava bem cedinho, antes mesmo dos seus discípulos, para orar e buscar a orientação do Pai.
Correr com perseverança requer de nós, congregarmos com outros irmãos.
Não existe carreira solo na vida cristã. Necessitamos de Deus, dependemos completamente d’Ele em tudo e pra tudo na nossa vida, e Deus tem como método, usar pessoas, homens e mulheres dispostas a servi-Lo, a fim de nos moldar e aperfeiçoar a nossa vida. Deus costuma usar pessoas para nos abençoar, para ministrar na nossa vida, para nos ajudar nessa caminhada, pois “se um cair, o outro o levanta…”.
A Palavra de Deus, a oração e a vida em comunhão com outros irmãos, são disciplinas que devem fazer parte do dia a dia daquele que deseja chegar ao fim dessa carreira cristã.
Olhar para o Alvo
Nosso modelo de Perseverança e Conquista: o Filho Amado, Jesus Cristo
Como vimos acima, o autor aos Hebreus nos dá razões para continuarmos a nossa caminhada, mostrando-nos como devemos avançar livremente sem peso e sem pecado. Correndo com perseverança a carreira sustentada pela nova identidade que temos em Cristo Jesus. E ele nos aponta um MODELO. O autor nos diz que precisamos firmar os nossos olhos no ALVO.
E qual é o nosso alvo? Ou melhor, quem é o nosso alvo, quem é nosso modelo de Filho? Jesus é o nosso exemplo, o nosso parâmetro, o nosso modelo, o nosso alvo nessa carreira. Quando deixamos de olhar para Jesus, corremos o risco de perdermos o senso de pertencimento, ou seja, de quem somos (Mateus 14:25-31).
No texto que tomamos como base, o autor aos Hebreus aponta para Jesus como exemplo de quem soube conviver com o sofrimento, alguém que é modelo de superação na dor. Jesus tinha um grande propósito. Para isso Ele suportou a vergonha, a humilhação, o escárnio, porque queria em tudo agradar a Deus, e através da sua vida salvar a humanidade, e tudo isso entendemos como parte da paixão de Cristo.
Deus também nos deu uma grande paixão, não somente para viver, mas também, se necessário, para morrer, para entregar a vida por ele. Nossa identidade e paixão é servir a Deus e proclamar a sua grandeza a todos os homens “a tempo e fora de tempo” (2 Timóteo 4:2). É para isso que fomos chamados por Cristo, para pertencermos a uma família de muitos filhos e filhas semelhantes a Jesus. Assim, contamos com ele que é o Autor da nossa fé. Ele encabeça a fila daqueles que chegaram na frente, e Ele também é aquele que nos aperfeiçoa, a fim de chegarmos ao final dessa nossa carreira. A Jesus o nosso tributo, a nossa alegria, o nosso louvor. A Ele nós queremos agradar.